Mais de 65,5 mil casos prováveis de dengue foram notificados à Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) em 93% dos municípios do estado no ano passado. O número em 2018 foi de pouco mais de 9,5 mil, o que representa um crescimento de 603% em 12 meses.
Em 2019 foram registradas 31 mortes devido à infecção por dengue no estado em 17 municípios: Feira de Santana (12), Salvador (3), Paulo Afonso (2), Candeias (1), Rafael Jambeiro (1), Coração de Maria (1), Jacobina (1), Paripiranga (1), Presidente Dutra (1), Santo Antônio de Jesus (1), Simões Filho (1), Candiba (1), Camaçari (1), Mulungu do Morro (1) e Euclides da Cunha (1), Muritiba (1) e Cruz das Almas (1). Seguem sob investigação outros 20 óbitos em 16 cidades. São elas Salvador (4), Feira de Santana (3), Jandaíra (1), Valença (1), Cruz das Almas(1), Candeias (1), Remanso (1), Tanhaçu (1), Crisópolis (1), Ichu (1), Euclides da Cunha (1), Itapicuru (1), Santa Cruz (1), Cabrália (1), Juazeiro (1) e Simões Filho (1).
Outras doenças transmitidas pelo mosquito que a dengue, o Aedes aegypti, também registraram crescimento de casos prováveis em 2019. As ocorrências prováveis de Chikungunya apresentaram aumento de 138,9%, com 10.439 registros em 213 municípios e oito óbitos. Já em relação à Zika o crescimento foi de 133%, com 3.381 ocorrências em 190 municípios e uma morte, ainda sob investigação.
Se somados, os casos prováveis de infecções transmitidas pelo Aedes aegypti na Bahia em 2019 chegam a 81.335. Um crescimento de aproximadamente 427,6%.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o médico infectologista Claudilson Bastos destacou a importância de diagnóstico das três doenças, que inicialmente possuem sintomas semelhantes. A confusão ou o auto diagnóstico de alguma dessas infecções reforça a possibilidade de contrair, em outo momento, formas mais severas da doença, a exemplo da dengue, e não tomar cuidados necessários com a zika pode trazer problemas principalmente no caso das mulheres grávidas. “Por isto, o exame sorológico é importante para que possamos dar um diagnóstico preciso, evitando erros futuros”, comentou Claudilson, que é professor da FTC e coordena um laboratório de análises clínicas em Salvador.
Exames laboratoriais são capazes de identificar qual o tipo de infecção e confirmar ou descartar os casos suspeitos de dengue, zika ou chikungunya. O especialista explica que nos casos de dengue existe o teste do antígeno S1, cujo resultado sai rapidamente. “Depois de cinco dias é que você vai dosar o sistema de anticorpos tanto para uma ou outra doença, chamado exame IgG e o IgM”, elucidou Claudilson durante a explicação de que esses índices indicam o grau de infecção.
O infectologista também frisa os riscos da automedicação. Segundo ele, o uso de remédios sem prescrição pode levar a complicações como sangramentos, como por exemplo no uso de anti-inflamatórios durante um quadro de dengue.
por Jade Coelho – Bahia Notícias