Três crianças indígenas da etnia Waraó, da Venezuela, estão com grave quadro de desidratação, desnutrição e suspeita de pneumonia. A situação foi constatada e divulgada pela Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA), após uma vistoria.
De acordo com o defensor público Maurício Coutinho, o município de Feira de Santana, onde vivem os venezuelanos, não pagou o aluguel da maioria dos indígenas, apenas dois deles, resultando em casos com atrasos de mais de 3 anos. Além disso, a entidade não estaria fornecendo cestas básicas há quatro meses.
A publicação do g1 bahia indica ainda que, além da parte financeira e de saúde das crianças, a DPE-BA foi comunicada da morte de um indígena por pneumonia no último mês. Maurício Coutinho contou que foi instaurado um procedimento de apuração de dano coletivo para verificar a extensão das violações.
Ainda segundo o órgão, um relatório expedido pela Fundação Nacional do Índio (Funai) sobre a moradia dos indígenas em Feira de Santana aponta a ausência de infraestrutura nas residências, fornecimento inadequado de alimentação, além de barreira de acesso à educação e à saúde.
A DPE-BA disse que se reuniu esta semana com entidades da sociedade civil, inclusive o Movimento da População em Situação de Rua de Feira de Santana, para atualizar as informações sobre situação dos indígenas e discutir possíveis estratégias aos problemas encontrados.
O que diz a Prefeitura de Feira de Santana
A Prefeitura de Feira de Santana informou, em nota, que está apurando o caso. A instituição detalhou que foram aplicados mais de R$ 70 mil na assistência a 20 famílias de venezuelanos entre janeiro e agosto deste ano.
Cerca de 61 indígenas, entre eles 38 crianças, moram em Feira de Santana desde 2020, desde que fugiram da Venezuela para fugir da crise financeira e social que o país sulamericano se encontrava.