Crise na Ufba: cortes na assistência estudantil impactam 28 mil alunos, segundo Proae

Foto: Divulgação

A Universidade Federal da Bahia (Ufba) já anunciou que não vai suspender as atividades este ano, mas isso não significa que o orçamento reduzido de 2021 não terá consequências na vida estudantil. Segundo a pró-reitora de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil, Cassia Virginia Bastos Maciel, 28 mil alunos serão impactados de forma direta e indireta com os cortes orçamentários específicos do campo da assistência estudantil. Isso representa 54% dos mais de 51 mil estudantes de graduação e pós-graduação que são atendidos pela instituição.  

“A gente tem serviços como restaurantes universitários, creche, residências, transporte, intercâmbio. Quando soma tudo, atinge indiretamente cerca de 28 mil pessoas”, diz Cassia. Dentro desse universo, alguns alunos serão mais impactados do que outros. Em abril, 4,6 mil pessoas tiveram o benefício reduzido e, já nesse mês de junho, a previsão da Proae é que cerca de 300 estudantes não recebam em dia o auxílio que tem direito.  https://9cdf6d9578bccda9d6a6083ab8487c22.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

“O orçamento destinado para o primeiro semestre já foi todo consumido. O que está contingenciado ainda não foi aprovado. Isso significa que, em junho, a Universidade Federal da Bahia ficará com estudantes sem receber bolsas, porque o MEC não liberou o orçamento necessário”, lamenta a pró-reitora.

Além disso, outras reduções no serviço de assistência estudantil terão que ser feitas pela Ufba, o que deve ser divulgado nos próximos dias, segundo Cássia. “O governo federal operou esses cortes. A gente só pode executar o orçamento destinado. O corte nos obrigou a diminuir o número de bolsas, valores e devemos anunciar um agravamento da situação”, disse. No caso dos 300 alunos que terão o benefício atrasado, a ideia da pró-reitora é que eles voltem a receber assim que o dinheiro cair na conta da Ufba.  

Orçamento da Ufba é o menor em 11 anos 

A raiz dessa crise financeira vivida pela universidade mais antiga da Bahia tem origem nos cortes feitos pelo governo federal nas instituições federais de ensino. Só na Ufba, a redução é de 18,7% do orçamento de 2020, quando a universidade tinha disponível cerca de R$ 163 milhões. Agora, em 2021, são R$ 132,8 milhões, um valor inferior aos R$ 133,3 milhões do orçamento de 2010, quando a universidade tinha 15 mil alunos a menos. 

Do valor previsto para 2021, a Ufba conta apenas com 40% do total. O restante está condicionado a uma aprovação legislativa, o que ainda não aconteceu, de acordo com o vice-reitor da instituição, Paulo César Miguez de Oliveira, em entrevista ao CORREIO. Na ocasião, ele aproveitou para garantir que a Ufba está no modo “resistência” e não vai encerrar as atividades em 2021. 

“Se alguém parar a universidade, não será a universidade. Será alguém de fora. Nós não pararemos. Essa casa vai manter as portas abertas”, avisou. 

Fonte: Correio24horas.

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