Um clarão no céu que foi confundido com fogos de artifício. Assim descrevem muitas pessoas que viram a passagem do meteorito em território baiano no domingo (17). Especialistas acreditam que os fragmentos do objeto espacial estão entre as cidades de Seabra e Macaúbas, na Chapada Diamantina. Apesar disso, há registros do clarão no céu em um raio de mais de mil quilômetros, de Juazeiro do Norte (CE) até Belo Horizonte (MG).
Ver o clarão não significa necessariamente que o meteorito caiu próximo a você. Na verdade, quanto mais alto for o barulho ouvido pelos fragmentos, maior é a proximidade, como explica Marcelo Zurita, diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon). Segundo ele, é possível que o fenômeno tenha sido visível em cidades como Salvador e Feira de Santana.
“Neste caso, o brilho mais intenso se deu próximo a 60 quilômetros de altitude, já temos registros captados por câmeras de segurança desde Juazeiro do Norte até Belo Horizonte. As pessoas talvez não estejam procurando porque acreditam que estão longe, mas é muito provável que encontrem essas imagens em Salvador”, diz o especialista.
Um vídeo divulgado nesta segunda-feira (18) pelo site Clima ao Vivo, em parceria com a Bramon, mostra imagens do meteorito em cidades baianas como Paulo Afonso, Ibiquera, Ipirá e Seabra. Além de Mauriti (CE), Santa Maria da Boa Vista (PE) e Aracaju (SE).
As imagens recuperadas ajudam a traçar a trajetória do fenômeno e identificar onde estão os fragmentos do meteorito. Desde 1784, cinco outros já foram encontrados em território baiano. Quem tiver gravações do clarão pode enviar para as redes sociais da Bramon ou para o Núcleo de Estudos em Meteoritos da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
“Quando a rocha chega nas camadas mais baixas atmosfera gera ondas de choque, o que chega até o solo na forma de barulho de explosão, que lembra um trovão ou pneu estourando. Isso indica que é muito provável que tenhamos fragmentos em solo baiano”, completa Marcelo Zurita.
Quando um meteorito está recém caído, ele tem superfície escura devida à passagem pela atmosfera, já a parte interna é acinzentada. Além disso, cerca de 90% ou mais dos fragmentos têm atração magnética, então é possível fazer um teste com imã. Se o objeto for atraído é um indício de que a amostra é uma “rocha extraterrestre”.