Délcio faz apelo ao prefeito de SAJ para abrir templos religiosos, comércio e diz: “Quando o remédio é demais vira veneno”

Vereador Délcio Mascarenhas (PSB) / Foto: Voz da Bahia

O vereador de Santo Antônio de Jesus, Délcio Mascarenhas (PSB) em entrevista ao Programa Meio-Dia e Meia, na Live do Voz da Bahia falou sobre os decretos estabelecidos pela prefeitura na prevenção do coronavírus no município. O edil se mostrou bastante chateado com a determinação de fechamento do comércio e as aglomerações de pessoas no Centro da cidade.

Segundo Délcio, há pontos nas medidas restritivas que devem ser discutidos, “eu acho que existem diversas incoerências, estamos vendo bancos cheios, casas lotéricas cheias. Vou dar o exemplo prático: uma loja que vende veículos: você pode perceber que a cada uma hora entra um cliente, entra uma pessoa, em um ambiente de mais de 500 metros quadrados, eu acho desnecessário você colocar uma medida de restrições para que as as concessionárias, os comerciantes destas atividades fiquem fechados. Qual o risco que tem em uma loja de 500 metros quadrados com duas pessoas, sendo um vendedor e o cliente?”, pergunta.

Ao Voz da Bahia, o vereador ainda reforça que não concordou em criar uma expectativa para abrir o comércio na última quarta-feira (15) e o mesmo não ser feito, “qual é a minha preocupação em relação a isso tudo? É porque as pessoas não estão conseguindo mensurar o prejuízo que está trazendo não somente para classe empresarial, mas para a ponta, para as pessoas que estão trabalhando nas empresas, os colaboradores. Um exemplo aqui, o prefeito baixou um decreto em relação as indústrias, 15 dias, depois retomou a possibilidade das indústrias saírem do decreto e permitir o funcionamento das mesmas, eu acho que foi o certo exagero porque foi um único município do Estado que usou o decreto para não funcionar as indústrias, mesmo depois voltando atrás”, relata.

Mascarenhas reafirma que é importante não travar a economia do um país, “acredito que os funcionários podem trabalhar, usando o álcool gel, máscaras, observando às campanhas educativas que estão sendo feitas nos meios de comunicação, isso tudo é importante, agora a gente não pode é travar a economia de um país e depois amanhã, enxergar uma Venezuela aqui, não é verdade”, esclareceu.

Em relação ao manifesto da ACESAJ (Associação Comercial e Empresarial de Santo Antônio de Jesus) em acreditar que foi incoerente por parte do prefeito, as novas medidas tomadas em não abrir o comércio (relembre aqui), Délcio pontua que as Entidades estão corretas, “certíssimos, não tenho dúvida, porque a questão não são às empresas serem afetadas, mas quando a empresa não está sadia quem fica doente são os colaboradores, é a equipe que gera emprego e renda, e as empresas estão realmente afetadas economicamente. Naturalmente, isso será como se fosse uma engrenagem e essa engrenagem chega lá na ponta que é o funcionário. E aí? Como a pessoa desempregada vai levar o pão de cada dia para sua casa?”, questionou.

Ainda sobre as aglomerações, Délcio Mascarenhas compara os serviços essenciais como supermercados, casas lotéricas e bancos com às igrejas e templos religiosos, “como é que você permite que um supermercado funcione com aquela aglomeração de gente? Um em cima do outro, além de pessoas de outros municípios que vem aqui em Santo Antônio de Jesus? Vou lhe dar um exemplo, para dizer que eu tô defendendo ou puxando a “sardinha para o prato”, porque eu sou uma pessoa de formação religiosa evangélica, eu vou dizer um exemplo a igreja do São Benedito que cabe mais de 1.500 pessoas. Porque não se permite que o Padre faça a sua missa com 50 pessoas espalhadas no templo? Qual o perigo que existe nisso? Não existe! Isso aí é toli o direito de louvar, o direito de adorar, é um direito inalienável, é um direito constitucional, e eu vou defender frequentemente isso, porque eu tenho personalidade, porque tem pessoas que pensam como eu penso, mas, não tem coragem de se expressar como estou fazendo aqui no Voz da Bahia”, afirma.

Para finalizar, o vereador aponta que a atitude da Prefeitura em fechar as entradas da cidade é complexa por ser uma cidade com uma localização geográfica onde há diversas aberturas, “na cidade existe uma certa complexidade em relação ao que foi fechado. Se você chegar ali pela BA 046, você tem várias entradas para ir a Santo Antônio, se você chegar na BR-101 você tem várias entradas pela rodoviária, tem aqui pela Salauto, então existe uma complexidade. Eu acho que todas as medidas que o prefeito vem tomado são medidas que tem que ser sobretudo, elogiadas, porque são medidas que exigem um planejamento, exigem um estudo técnico. Eu só acho é que tem determinadas situações que tem que serem repensadas como o fechamento de determinados lugares. Em relação à questão do fechamento das entradas da cidade, eu acho que existe uma certa complexidade porque não é fácil você ter um controle de acesso por todo o nosso município”, ressaltou.

Reportagem: Voz da Bahia

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