Nesta quinta-feira, 18 de outubro, é celebrado no Brasil o Dia do Médico. O cenário atual da carreira médica foi recentemente objeto de um estudo que traça o perfil desse profissional no país. Entre outros dados, a pesquisa aponta que eles nunca foram tão numerosos por aqui. Desde 2010, houve aumento de aproximadamente 100 mil médicos, uma população que, em 2020, terá ultrapassado meio milhão de indivíduos. O número de médicos com título de especialista também subiu: já somam mais de 280 mil em 2018. Esse salto é resultado da abertura de escolas médicas, com aumento expressivo do número de alunos na graduação, e da expansão da oferta de vagas e programas de residência médica, que passaram a formar mais especialistas, segundo o estudo Demografia Médica no Brasil 2018, realizado pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) em parceria com a Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).
Formação
O desafio atual para a profissão é melhorar a formação, afirma o médico e vice-presidente da AMB (Associação Médica Brasileira), Diogo Leite Sampaio. “As nossas principais diretrizes têm sido para a racionalização das escolas de medicina, atuando para que somente funcionem aquelas que reúnam as condições para formar médicos de maneira adequada”. A análise do médico encontra respaldo no estudo CFM. A pesquisa mostra que as instituições de ensino privadas são responsáveis atualmente por 65% das vagas de medicina no Brasil, beneficiadas pelas políticas de ampliação do número de médicos. O curso virou um queridinho das faculdades particulares por uma razão óbvia: com mensalidades que variam de R$ 5 mil a R$ 15 mil, o retorno financeiro é alto. Por outro lado, baixos indicadores de qualidade e desempenho de parte dessas escolas médicas atestam que são necessários novos processos de avaliação do ensino médico, adequados à nova realidade dos cursos de medicina, que já passam de 300 no país.