A sócia-diretora do Hospital INCAR em Santo Antônio de Jesus, a advogada Drª. Conceição Gonzalez afirmou em entrevista a RBR na manhã desta quarta-feira (20) sobre a falta de preocupação dos cidadãos santoantonienses no que diz respeito a prevenção contra o Covid-19.
“BOLETINS DIÁRIOS A CARGO DO MUNICÍPIO”:
“Todos que foram testados, deram negativo, mas nem todos os suspeitos de Santo Antônio de Jesus foram testados. Não podemos mensurar isto porque é uma questão da Vigilância Epidemiologia, o poder público de saúde. Realizávamos os boletins diários, mas deixamos esta responsabilidade para o poder público municipal, secretaria de Saúde, porque eles fazem a métrica do cenário nacional”, disse Conceição.
PREOCUPAÇÃO:
Segundo a advogada, não é porque não há confirmação do primeiro paciente contaminado com Covid-19 que os cidadãos deveriam estar tranquilos, “aqui em Santo Antônio de Jesus, o fato de não termos ainda o primeiro paciente confirmado, deixa a população um pouco tranquila demais. Nos preocupamos a ponto de tomar atitudes responsáveis em relação ao risco do contágio, onde o risco vem a partir do momento que o Governo Federal informou casos de contaminação comunitária, onde ninguém sabe de onde começou o contágio. Se existe a contaminação comunitária, não podemos tranquilizar todos da cidade de que não há um paciente contaminado, pois apenas não temos o paciente confirmado. Se há pacientes com Covid-19 ou não, não podemos confirmar que não”, disse.
A CIDADE COM 100 MIL HABITANTES:
Conceição esclareceu também sobre o paradoxo da quarentena: onde quanto mais a quarentena funciona, mais parece que ‘está tudo bem’ não cumpri-la, “a cidade tem mais de 100 mil habitantes e eu vejo muita gente na rua, até mais do que antes de realizarmos uma quarentena nacional. Eu penso que as pessoas estão minimizando demais os riscos, e quando elas se derem conta de quão foram negligentes em se preocuparem demais será tarde. A quarentena é paradoxal, pois quanto mais ela faz efeito, mais difícil é de ver o quanto ela está fazendo efeito”, declarou.
LEITOS DE UTI:
A advogada voltou a falar sobre a quantidade de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na cidade, esclarecendo a situação onde a demanda pode causar um transtornos futuros, “a cidade recebe pessoas de toda a região, quando as pessoas começarem a adoecer, não vamos ter resposta em leitos. A cidade tem mais de 100 mil habitantes para cerca de 50 leitos de UTI, é muito pouco para atender os habitantes, imagine das cidades circunvizinhas. Quando essas cidades começarem a demandar leitos, não vão poder ir para Salvador ou Feira de Santana, pois essas cidades já estão aguentando o nível de contágio, os leitos de lá já estão preenchidos. Eu acho que a população não está preocupada o suficiente com a situação”, esclareceu.
Redação: Voz da Bahia