Dívida pública avança 2,75% em fevereiro, a R$ 5,1 trilhões, diz Tesouro

Durante o mês de janeiro de 2021, a Caixa ainda vai liberar oito retiradas em dinheiro do auxílio emergencial (Crédito: Arquivo/Agência Brasil)

A Dívida Pública Federal (DPF) do Brasil avançou 2,75% em fevereiro de 2021, atingindo os R$ 5,198 trilhões. Até janeiro, a DPF somava R$ 5,059 trilhões. 

Os dados foram divulgados pelo Secretaria do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (24). A DPF, que inclui o endividamento interno e externo do governo federal, é composta da emissão de títulos públicos pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal, que arrecada menos do que gasta.

A alta é resultado da maior emissão de títulos públicos, que totalizou R$ 177,968 bilhões. Os resgates de papéis somaram R$ 66,459 bilhões em fevereiro. O fato das emissões terem superados os regates indica que o Tesouro está pegando mais recursos emprestados com o mercado financeiro para pagar os gastos extras com o combate à pandemia. A emissão de títulos públicos é usada para cobrir o rombo das contas públicas e o alto volume de empréstimo contribui para que o nível de estoque da dívida dispare. 

O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luís Felipe Vital, destacou que o volume de emissões de fevereiro foi o segundo maior da série histórica. “Também é o maior da série para meses de fevereiro. Isso se deve à existência de leilões de rolagem antecipada realizados em fevereiro”, explicou.

A emissão líquida em dezembro foi de R$ 111,508 bilhões no segundo mês do ano. “O Tesouro Nacional realizou emissões, em fevereiro, acima da média dos últimos 12 meses, contribuindo para suprir a necessidade de financiamento do Governo Federal e para manter o caixa acima do limite prudencial”, pontua o Tesouro. Somente com juros, foram gastos R$ 27,707 bilhões em fevereiro. 

A expectativa da equipe econômica é de que a dívida pública termine o ano de 2021 entre R$ 5,6 trilhões e R$ 5,9 tri. Em 2020, a DPF registrou crescimento recorde por causa do aumento de gastos com a pandemia, alcançando, pela primeira vez, o patamar dos R$ 5 trilhões.

Selic aumenta a dívida

O movimento de alta nos juros, iniciado pelo Copom em sua última reunião, aumentará o custo da dívida brasileira. Isso porque boa parte da dívida pública é indexada à Selic.

No entanto, segundo Vital, o Tesouro não está preocupado, neste momento, com alta no custo da DPF. “Lembrando que temos nossas variáveis de custo e todas estão no menor valor da série histórica. Então, estamos com nível de custo da Dívida relativamente baixos”, esclareceu.

“Também tem o impacto com relação à demanda. Acho que esse momento do ciclo de política monetária é favorável para a demanda de vários títulos. […] De forma geral, esse momento da política monetária é favorável na execução da estratégia da Dívida Pública prevista para este ano”, completou. A alta da taxa também volta a tornar os investimentos em títulos públicos mais rentáveis do que atualmente. (CNN)

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