A Câmara Municipal de Salvador irá conceder a medalha Zumbi dos Palmares a Gersonice Azevedo Brandão, a Ekedy Sinha, do Terreiro Casa Branca, nesta quarta-feira (28), às 18 horas. A sessão solene de outorga vai acontecer no plenário Cosme de Farias da Casa, localizada na Praça Municipal.
A entrega da honraria é fruto de um projeto de resolução da vereadora Marta Rodrigues (PT) e tem o objetivo de reconhecer a importância da sacerdotisa na luta contra o racismo, contra a intolerância religiosa e pela construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
“Ekedy Sinha ao longo de toda sua vida nos ensina através dos seus passos os caminhos da ancestralidade, da benevolência, da luta antirracista e da promoção de políticas públicas contra a intolerância religiosa e por justiça social”, afirma Marta.
Segundo a vereadora, a sacerdotisa do terreiro Casa Branca, na Vasco da Gama, é dona de um extenso legado não só na Bahia, mas no Brasil e no mundo, fruto de suas ações ao longo das últimas décadas em diversas frentes. “Uma mulher que dedica a própria vida ao engajamento em diversas frentes nas esferas social, cultural e política do nosso país, sempre pensando no bem de todos e no combate das desigualdades”, destaca.
Considerada internacionalmente como uma guardiã do candomblé, a homenageada, aos seus 77 anos, continua evidenciando que o legado da transmissão do saber é passado nas diferentes gerações, seja nas famílias sanguíneas ou espirituais, sendo ela mesmo uma sacerdotisa deste ventre ancestral. “Dentre as contribuições, a interlocução de Ekedy Sinha nessas pautas é inconfundível. Esteve à frente dos debates em instituições e entidades, participa de seminários, congressos e palestras na promoção desses nobres objetivos”, pontua.
“Não podemos deixar de falar da Feira de Saúde e Cultural do Terreiro da Casa Branca, idealizado por ela. Ano passado, a feira chegou a sua 21ª edição, envolvendo uma série de atividades e atendimento à comunidade ao redor do terreiro”, acrescenta Marta Rodrigues, que é presidenta da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia Makota Valdina, da Câmara de Salvador.
Trajetória – Atual membro do Conselho Estadual do Idoso e presidenta da Associação São Jorge do Engenho Velho, a guardiã do candomblé acumula uma longa caminhada. Já presidiu o Comitê das Cartas pelas Águas ajudando no Plano Estadual de Recursos Hídricos da Bahia e junto com o governo, foi para África Central aprimorar esse plano; Foi conselheira Nacional da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – Seppir; membro da Coordenação Estadual do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira – INTECAB; presidenta do Espaço Cultural Vovó Conceição; presidenta de Acompanhamento e Aplicabilidade das Cartas pelas Águas; membra do Grupo Hermes de Cultura e Promoção Social; da Rede de Mulheres de Terreiro, dentre outras entidades.