A segurança pública tem emergido como uma das principais preocupações da população brasileira, refletida nas campanhas eleitorais municipais. Apesar de o tema ser amplamente discutido, as propostas apresentadas por candidatos nem sempre estão alinhadas com as competências municipais. A Polícia Civil e a Polícia Militar são vinculadas aos estados e à União, enquanto as prefeituras têm um papel limitado na segurança pública, o que pode levar a promessas irreais e foco em soluções que não abordam as causas sociais da criminalidade.
Especialistas apontam que a segurança pública não deve ser vista apenas como um problema de polícia, mas como uma questão que envolve políticas preventivas e uma abordagem integrada. Medidas como a capacitação das guardas municipais, a criação de centros de direitos humanos e a promoção de conselhos comunitários são sugeridas para melhorar a atuação municipal na área. As guardas municipais, autorizadas pela Constituição para proteger bens e serviços locais, têm potencial para atuar em questões de proximidade e prevenção, mas o uso de armas e a militarização são controversos.
Além de ações diretas de segurança, a revitalização urbana e o planejamento são considerados fundamentais para reduzir a criminalidade. Melhoria na iluminação, manutenção de espaços públicos e planejamento urbano podem contribuir para a sensação de segurança e a redução dos índices de crime. A falta de debate sobre urbanismo e segurança pública nas campanhas é vista como uma falha, pois a gestão eficiente dos espaços urbanos pode impactar diretamente na segurança das comunidades.
A atuação das guardas municipais e a relação com outros temas, como a prevenção da violência contra mulheres e jovens, são essenciais. Estudos mostram que políticas voltadas para a educação, assistência e planejamento urbano são eficazes na redução da criminalidade. No entanto, muitos candidatos ainda promovem soluções repressivas, desviando o foco das verdadeiras necessidades e competências municipais.