O Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI) julgará, nesta quinta-feira (14), um empresário bolsonarista acusado de ocupar ilegalmente 7,6 mil hectares de terras no Piauí. A informação é da coluna de Guilherme Amado, no portal Metrópoles.
Maior produtor de soja do estado, Cornélio Sanders, que doou R$ 1 milhão à campanha de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, foi acionado em 2017 pela empresária Bernadete Guadagnin, que pediu indenização de R$ 172,6 milhões por supostas irregularidades na compra de uma fazenda em 2007. Segundo Guadagnin, a terra em questão é uma “propriedade fictícia e inexistente, fruto de ato fraudulento”.
De acordo com a coluna, os 7,6 mil hectares em disputa estão localizados na região de Uruçuí, no oeste do Piauí, onde Cornélio Sanders planta milho. A defesa do empresário, por sua vez, diz que o terreno foi comprado de forma regular e acusou a família de Bernadete de atrapalhar a carreira empresarial do cliente.
“A compra foi concretizada de acordo com todos os ditames legais, junto ao Tabelionato de Uruçuí e na presença de duas testemunhas. Os autores do processo [Guadagnin] não apresentaram em nenhum momento o dano que tiveram, o que demonstra a impossibilidade da indenização. É uma clara tentativa de obstruir os trabalhos de um grupo empresarial que busca o desenvolvimento do Piauí”, afirmou o advogado de Sanders, Wildson de Almeida Oliveira Sousa.
Esta não é a primeira vez que o empresário tem problemas na Justiça. Em 2005, Cornélio Sanders foi denunciado pelo Ministério Público Federal por trabalho escravo em uma de suas fazendas. O caso, entretanto, acabou sendo arquivado sem sequer chegar a ser julgado.
Ao fazer a denúncia, os fiscais do MPF apontaram jornadas excessivas de trabalho e irregularidades nos alojamentos, nos banheiros e nas cozinhas da propriedade. Sanders nega qualquer irregularidade. (Bahia.ba)