Estudo mostra que todas as vítimas de violência policial em Salvador em 2020 eram homens negros

Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, número de pessoas mortas pela polícia na Bahia saltou de 773, em 2019, para 1.137, em 2020 — Foto: Profissão Repórter

O Profissão Repórter desta terça-feira (21) que abordou a violência policial mostrou um estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública sobre os números da letalidade policial no estado da Bahia. Houve um aumento de 47% neste índice.

O número de pessoas mortas pela polícia na Bahia saltou de 773, em 2019, para 1.137, em 2020. O estado ultrapassou em números absolutos São Paulo — que teve 814 mortes — e se aproximou do Rio de Janeiro, o estado com a polícia mais letal do país, com 1.239 mortes registradas.

Os dados também indicam que 100% das vítimas de violência policial em Salvador eram homens negros.

Mesmo com os indicativos enumerados pelo estudo, o secretário de Segurança Pública da Bahia, Ricardo Mandarino Barreto, diz que houve uma mudança no comportamento dos policiais durante as operações realizadas.

“Em 2020, a política era de fazer confronto. A política hoje não é mais de fazer confronto, é de operar com inteligência. E esse ano, no primeiro semestre, houve uma redução de 33% de mortes em confrontos com policiais”, afirma.

Monitoramento por câmeras

A Bahia é um dos estados que planejam adotar o uso de câmeras na farda dos policiais para monitorar o trabalho dos agentes de segurança. Segundo o secretário de Segurança Pública do estado, a medida foi pensada depois da morte do policial militar Wesley Soares Góes, de 38 anos, em março deste ano.

O soldado foi baleado após atirar contra policiais na região do Farol da Barra, em Salvador. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, Wesley apresentou um “surto psicótico”.

“Toda a operação foi feita com o maior cuidado, obedecendo os protocolos rígidos. No entanto, houve pessoas que estavam mal intencionadas, que ficaram naquela narrativa de que o Wesley foi executado. A partir dali, cheguei à conclusão de que não tinha outra alternativa a não ser filmar”, explica Mandarino. (G1)

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