Depois ser exonerado da presidência da Funarte, o coronel da reserva do Exército Lamartine Barbosa Holanda afirmou, por meio de carta de despedida, que durante sua gestão não pôde atender o que chama de “imposições equivocadas” do secretário especial de Cultura, Mario Frias.
Ele listou algumas questões que geraram atritos: “nomeação de pessoal sem correta análise do perfil profissiográfico”, descompromisso com pequenos produtores e propostas equivocadas de parcerias público-privadas de equipamentos como o Teatro Cacilda Becker (RJ) e o Teatro Brasileiro de Comédia (SP).
“A cultura é movida pela emoção e não podemos comparar equipamentos culturais da Funarte com um trecho de estrada a ser privatizado. A cultura tem artistas, palcos, som, iluminação e alma, muito diferente de praças de pedágio, asfalto e piche”, escreveu o coronel, o quinto presidente da Funarte no governo Bolsonaro.
Ainda no documento, Holanda afirmou que não aceitaria que um equipamento público fosse transferido “para as mãos de grupos especializados em reformas de patrimônios públicos para posterior exploração econômica”, o que prejudicaria os “pequenos produtores culturais em favor dos grandes grupos.”
Na carta, ele afirma que Frias “permaneceu de costas” para a Funarte, e que várias ações de fomento e preservação estiveram ameaçados desde setembro de 2020 (quando Barbosa assumiu a presidência) devido à falta de compreensão da importância da autarquia. Com informações da Folha de S.Paulo. (bahia.ba)