A Secretaria de Segurança Pública da Bahia anunciou, nesta terça-feira (10), a elucidação da morte do engenheiro Sérgio de Brito Domingos, ocorrida em 2015, no bairro da Barra, em Salvador.
A resolução ocorreu com a identificação do autor do roubo seguido de morte pelas equipes da Polícia Civil (PC) e de análise do Departamento de Polícia Técnica (DPT).
O suspeito de 31 anos, que cumpre pena na Penitenciária Lemos de Brito pelos crimes de latrocínio e furto, foi identificado através do confronto de materiais genéticos encontrados na bituca de um cigarro deixado na cena no crime.
Os dados do autor foram inseridos no Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG), após o trabalho de investigação da 14ª Delegacia Territorial (DT) da Barra e de peritos da Coordenação de Genética Forense do Laboratório Central de Polícia Técnica (LCPT).
Na análise foi comprovada a compatibilidade entre os genes achados nos materiais espalhados pelo apartamento da vítima com os do autor. De acordo com a SSP, a resolução só foi possível após o DPT baiano iniciar, em 2018, dentro de unidades do sistema prisional, um trabalho de coleta de DNA de suspeitos condenados por crimes graves e inseri-los no BNPG.
Ainda segundo a SSP, em janeiro deste ano, as equipes de genética forense, responsáveis por realizar os exames dos materiais coletados e gerenciar o banco de dados, detectaram a conexão dos materiais biológicos, apontando o principal suspeito do crime.
Após ser identificado, o homem foi interrogado durante seis horas pela delegada Mariana Ouais, titular da 14ª DT e responsável pelo caso. Ele confessou o crime e deu detalhes sobre como aconteceu o latrocínio.
“Ele não aparentava estar arrependido por ter tirado uma vida, mas sim por que isso agravaria a pena. Durante a conversa ele tentava fugir dos assuntos, mas chegou o momento que ele confessou todo o crime”, explicou.
O inquérito foi concluído com o indiciamento do suspeito pelo crime de latrocínio e, se condenado, a pena poderá chegar a 30 anos de prisão.
Relembre o caso
O engenheiro Sérgio de Brito foi morto no dia 13 de setembro de 2015. Ele estava com as mãos e os pés amarrados, bastante ensanguentado, com perfurações feitas por uma faca. A vítima tinha sinais de espancamento e estrangulamento, dentro do banheiro de uma das suítes de seu apartamento.
“Assim que os investigadores chegaram ao local, perceberam que o apartamento estava bastante revirado e com sinais aparentes de uma briga que antecedeu a morte”, detalhou Ouais.
Durante a perícia, as equipes do DPT coletaram evidências que poderiam levar a identificação do autor do crime e as encaminharam para a Coordenação de Genética Forense. Lá, os cruzamentos foram feitos com os de diversos suspeitos, sendo o autor identificado.
“Comemoramos a conclusão desse inquérito que gerou bastante comoção e muita angustia para a família. Eles estavam sem poder descansar e saber o que efetivamente aconteceu e poder dar essa resposta, sem dúvidas foi de extrema importância”, concluiu a delegada. (G1)