As investigações sobre a morte do médico Andrade Santana Lopes, de 32 anos, cujo corpo foi encontrado no Rio Jacuípe, em São Gonçalo dos Campos, no dia 28 de maio continuam. Andrade foi assassinado com um tiro na nuca pelo colega e também médico Geraldo Freitas Carvalho Júnior, que alegou que o disparo foi acidental. A defesa do suspeito negou que o crime teria sido premeditado.
De acordo com o delegado da Polícia Civil de Feira de Santana, Roberto Leal, as investigações agora analisam dados que foram apresentados por Geraldo, e que trouxeram novas informações sobre a possível motivação.
Em entrevista ao site Acorda Cidade, o delegado disse que outras pessoas devem depor nos próximos dias. Até então seis pessoas já foram ouvidas, entre elas, o médico acusado pela morte.
“Ele trouxe algumas informações, nós vamos averiguar essas informações para confrontá-las com as investigações que já estão, principalmente os dados que foram angariados logo no início da investigação, tanto pela Delegacia de Furtos e Roubos, bem como pela 1ª Coordenadoria de Polícia (Coorpin) em relação a esse fato. Sabemos que ele abandonou o carro naquela região e o retorno dele para Feira de Santana é que agora é o nosso foco da investigação. Pois ele trouxe algumas informações e também nós conseguimos angariar alguns dados importantes sobre este fato. Faltam peças para fechar o quebra cabeça e é um crime que envolve uma gama de informações que foram levantadas inicialmente logo pela própria investigação e depois pelos dados apresentados pelo investigado”, relatou.
Ainda de acordo com o delegado, as investigações remontaram a anos anteriores para saber se existia algum fato ou algum evento que pudesse indicar a motivação. “Um evento foi identificado, nós agora estamos aguardando uma oitiva de outro colega médico de ambos, tanto investigado quanto de vítima, para verificar a veracidade desses fatos”, afirmou.
Em um outro depoimento, o principal suspeito pela morte do médico havia dito que um sonho premonitório lhe indicou que o médico estaria armando algo contra ele, o que poderia ter motivado o crime. Teoria posteriormente negada pela defesa do acusado.
Ao Acorda Cidade o delegado comentou as declarações do advogado de Geraldo Júnior, Guga Leal, de que o crime não teve nada a ver com sonho ou premonição e que não foi premeditado. “Entendemos o papel deles e eles também entendem o nosso papel, principalmente ali através do advogado Guga Leal que está à frente da defesa do suspeito. A polícia continua com a versão da premeditação principalmente pelos fatos que foram angariados. A compra da âncora, a ligação anterior, a solicitação para que fosse desmarcado o encontro que a vítima teria com uma amiga e então tudo isso nos indica ali uma premeditação. Então a polícia continua com essa versão. A defesa vai apresentar a linha de atuação dela, mas a Polícia Civil continua com a linha de premeditação”, acrescentou.
No próximo dia 28 a prisão temporária de Geraldo Júnior não terá mais validade. “No caso da prisão temporária nesses casos pode representar pela prorrogação do fato, ou mesmo concluir o inquérito sem representar por prisão nenhuma. Nós vamos analisar todos os dados, vamos no momento correto fazer esse encaminhamento correto ao judiciário, com a medida que entendermos que for necessária”, explicou o delegado. (BN)