Geração whey: consumo de suplementos cresce 25% no Brasil; entenda quem pode usar

Para idosos, uma das indicações frequentes é de creatina

Crédito: Marina Silva/CORREIO

Ao menos seis vezes na semana, a dona de casa e pedagoga Iranildes Maria Maia vai à academia fazer musculação e pilates. Aos 78 anos – e a poucos dias de completar 79 -, a rotina de atividade física é uma constante na vida dela há mais de três décadas. Por isso, começar a usar suplementos nutricionais foi um caminho quase natural.

Iranildes não é atleta de fisiculturismo, não está dentro do que se espera no estereótipo de ‘marombeira’ e provavelmente não tem uma rotina muito diferente da maioria das pessoas com quem você convive. Ainda assim, diariamente, ela usa ao menos cinco suplementos nutricionais: dois polivitamínicos, além de whey protein, creatina e ZMA (um composto de zinco e magnésio).

“É para fortalecer os músculos, por causa da incidência de queda. Idosos têm essa coisa, que é o desgaste natural. Às vezes as pessoas dizem que o tempo não tem nada a ver, mas tem a ver sim. Quando a gente é criança é uma coisa, mas lá na faixa dos 30 anos já começa o processozinho, embora lentamente. É natural do corpo e nos resta procurar nos cuidar”, diz ela.

Não é raro encontrar gente como Iranildes. Se alguns anos atrás, era comum só ‘frequentar’ a academia, hoje essas idas envolvem uma rotina mais consistente que vai da regularidade ao uso dos suplementos: whey protein, creatina e glutamina, só para citar alguns dos mais populares. Só o consumo dos concentrados de proteínas cresceu 25,1% no país em 2022, em comparação ao ano anterior, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), que representa o setor responsável por suplementos e alimentos funcionais.

Mas a prateleira da suplementação, porém, ganhou reforços importantes, especialmente após a pandemia, com os suplementos conhecidos como nutracêuticos – compostos que combinam ‘nutrição’ e ‘farmacêutica’, como vitaminas, minerais, ômega 3 e melatonina.

“Em relação aos suplementos esportivos, sempre houve uma procura muito grande e há uma demanda crescente natural. No entanto, de cinco anos para cá, a procura dos nutracêuticos explodiu. Aí sim, triplicou. Dos esportivos houve crescimento, mas é natural e acontece ano após ano”, estima o farmacêutico Gibran Souza, diretor do Sindicato dos Farmacêuticos da Bahia (Sindifarma).

Entre setembro de 2020 e dezembro de 2022, o consumo de suplementos vitamínicos e complementos alimentares também cresceu 23,2%, pelos dados da Abiad. Já na última pesquisa sobre hábitos de consumo feita pela entidade, em 2020, em 59% dos lares brasileiros há pelo menos uma pessoa que usa suplementos, sendo que o hábito é mais comum entre mulheres. Dentre os que usam, 69% também fazem atividades físicas.

(Correio)

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