Medicamentos, vacinas, consultas e exames médicos, alimentação. Tudo isso foi garantido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) às comunidades indígenas ao longo deste ano. O resultado desse trabalho ultrapassa 10 milhões de atendimentos médicos e contabiliza a marca de 90% da população indígena adulta imunizada contra a Covid-19 com ao menos uma dose.
De acordo com o Ministério da Saúde, as ações realizadas nas áreas indígenas tiveram o maior investimento da história. “[Este] foi um ano promissor, um ano importante. Tivemos um investimento recorde, desde a criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena [Sesai], em 2010, ultrapassando R$ 1,5 bilhão para atender essa população”, afirmou o secretário especial de saúde indígena do Ministério da Saúde, Robson Santos.
Para o enfrentamento da Covid-19, o governo destinou R$ 29 milhões somente para atender aos mais de 400 mil indígenas acima de 18 anos, registrados no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). Até o momento, 84% dessa população está imunizada com as duas doses da vacina.
Assistência nas aldeias
Além da campanha de vacinação, o Governo Federal também realizou sete mutirões oftalmológicos nos distritos indígenas. Entre entrega de óculos com lentes corretivas, cirurgias, procedimentos odontológicos, consultas médicas e exames, foram mais de 21 mil atendimentos.
Para combater à desnutrição em áreas de difícil acesso, a força-tarefa do governo também levou cestas básicas às famílias, como a comunidade Yanomami, no estado de Roraima. Em uma das ações, no início deste mês, mil cestas básicas foram entregues à população, totalizando mais de 22 toneladas de alimentos. A comunidade Yanomami possui 28 mil indígenas em 371 aldeias.
Na área de segurança hídrica, o governo ainda concluiu obras de saneamento básico em 25 aldeias de diversas comunidades para levar água potável ao consumo dos nativos. Outras 76 obras desse tipo estão em andamento. Além disso, 173 projetos de poços e instalações elétricas foram entregues.
O atendimento às comunidades indígenas consiste em operações de grande porte que envolvem diversos órgãos federais, como as Forças Armadas, governos estaduais e municipais, além de entidades civis. Alimentos, medicamentos e a ajuda de profissionais de saúde chegam por meios terrestres, barcos e helicópteros, principalmente nas regiões de difícil acesso.
Força de trabalho
Segundo a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), o atendimento médico e multidisciplinar nas comunidades indígenas conta com cerca de 20 mil profissionais, sendo 52% deles de origem indígena. “[É] um avanço importante que dá autonomia e o protagonismo do atendimento de saúde aos nossos irmãos indígenas. Ou seja, nós temos indígenas cuidando de indígenas”, destacou o secretário Robson Santos.
Para incrementar o número de indígenas na força de trabalho nas próprias aldeias, o Ministério da Saúde lançou este ano o programa Jovens Indígenas. A iniciativa consiste na oferta de vagas voluntárias para que a população mais jovem possa aprender técnicas de enfermagem. (Gov.BR)