O Governo Federal anunciou, nesta terça-feira (25), uma linha de crédito em dólar destinada aos exportadores rurais que entrará em vigor a partir do mês que vem. A verba, disponibilizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com juros fixos de 7,59% ao ano mais a variação do câmbio, deve auxiliar na modernização da produção.
A nova linha de crédito financiará a compra de equipamentos do setor agropecuário, a exemplo de máquinas agrícolas, sistemas de irrigação, silos, estruturas de armazenagem e sistemas de energia solar. O empréstimo, entretanto, não poderá ser realizado por empresas que comentem desmatamento ilegal.
Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, haverá um lançamento oficial durante a Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), que ocorre entre os dias 1º a 5 de maio, em Ribeirão Preto (SP). “Os exportadores da agricultura que têm recebíveis [valores a receber] em dólar vão poder operar essa linha para a compra de máquinas, equipamentos, tratores, colhedeiras, instrumentos para irrigação, armazenagem”, explicou Mercadante. “A única coisa que não pode é ter desmatamento ilegal. Nós monitoramos as propriedades, e quem desmata ilegalmente não terá acesso à linha”, disse Mercadante.
Aqueles que desejam adquirir o empréstimo contrairá uma dívida em reais, corrigida pelo dólar. Entretanto, quem vende para o exterior tem recebíveis na moeda norte-americana, desse modo, segundo Mercadante, há uma redução do risco de exposição a mudanças no câmbio, já que o dinheiro recebido também será indexado a divisas estrangeiras.
“Se ele [o exportador] perde em uma ponta, ganha na outra. Por exemplo, se o real se desvaloriza [e o dólar sobe], melhora a rentabilidade da exportação, mas encarece a dívida. Se o real se aprecia [e o dólar cai], é o inverso”, detalhou o presidente do BNDES.
Nesse caso será utilizada a Taxa de Longo Prazo (TLP), que é formada por uma média das taxas de mercado de títulos públicos de longo prazo corrigida pela inflação. Essa modalidade, atualmente, está em torno de 19% ao ano, mas com a das prestações pela variação cambial, os juros efetivos poderão ser menores.
“[A taxa para a nova linha] cai de 19% para 7,5% ao ano. Mas, como o indexador é o câmbio e a empresa tem uma exportação em câmbio, na realidade cai de 19% para 3% ao ano. Acho que é das coisas mais criativas que podíamos fazer nesse cenário de juros elevadíssimo”, disse Mercadante ressaltando que o governo pretende estender o modelo para as indústrias e os serviços exportadores. (BNews)