Jovem de 19 anos denuncia agressão feita por PM em evento em Porto Seguro: ‘Bati a cabeça no chão’

Jovem de 19 anos denuncia agressão feita por PM em evento no extremo sul da Bahia — Foto: Arquivo Pessoal

Uma jovem de 19 anos denunciou agressões feitas por um policial militar durante um evento na cidade de Porto Seguro, que fica no extremo sul da Bahia. Segundo a vítima, identificada como Emily Viana Souza, ela tomou um murro no rosto.

O caso aconteceu por volta das 6h30 de domingo (18), no bairro Agrovila, na BR-367, e é investigado pela Polícia Civil.

Em entrevista ao G1, Emily Viana Souza contou que estava com amigos, quando o suspeito da agressão, identificado como Paulo Vitor, que também curtia a festa, a chamou e desferiu um tapa seguido de um murro no rosto.

“Eu estava conversando com minha amiga, ele fez um sinal com o dedo me chamando. Ele falou: ‘Vem cá’. Minha amiga falou: ‘Você vai?’ E eu disse: ‘Eu vou’. Até porque não passou na minha cabeça que ele poderia me agredir”, contou a jovem.

“A única coisa que eu pensei foi que ele deveria me perguntar o porque que eu não simpatizo com ele e só. Já cheguei lá com as mãos para trás, nem encostei nele e nem fiz nada”.

Segundo Emily Souza, o suspeito deu um tapa nela, assim que ela foi até ele. A vítima conta que não sabe o motivo das agressões.

“Quando eu cheguei, eu falei: ‘O que foi?’ Aí ele me deu um tapa. Eu lembro que no reflexo eu tentei empurrei ele, porque ele estava na beira da piscina e eu fiz para afastar ele. Só que eu não consegui nem chegar perto, porque ele me deu um murro”, relatou.

“Eu caí tão forte, que eu bati na mesa, a mesa foi para trás e eu fui para o chão. Eu bati a cabeça no chão e não consegui levantar, porque eu estava tonta e meus amigos foram me ajudar”.

A jovem relatou também que chegou a cortar a língua com o impacto causado pelo muro e pela queda. O suspeito fugiu do local com os amigos.

“Eu já levantei cuspindo sangue, porque cortou minha língua. Eu levantei, todo mundo veio para cima, eu pedi para me levarem para perto do banheiro, porque eu queria chorar”.

“Todo mundo revoltado com ele, com a situação. Ele e os amigos dele saíram imediatamente do local. Saíram gritando, xingando todo mundo, sacou arma, foi péssimo”, contou

Em nota, a Polícia Civil informou que a 1ª Delegacia Territorial (DT) de Porto Seguro investiga uma ocorrência registrada no domingo (18), pela vítima, que informou ter sido agredida por um policial militar em um evento na BR-367. Afirmou também que foi expedida a guia para exame de lesão corporal.

Fraturas

Emily Souza contou ao G1 que foi socorrida pelos amigos e levada para o Hospital Deputado Luís Eduardo Magalhães.

“Eu estou com uma pequena fratura e o médico pediu para eu retornar na terça, que ele vai ter que avaliar de novo. Se não regredir, eu vou precisar de cirurgia, mas por enquanto eu estou cuidando”, disse.

Atualmente, ela sente dores na cabeça e está com os olhos inchados.

Após ser atendida na unidade médica, a jovem foi encaminhada para a 1ª delegacia territorial de Porto Seguro, onde foi registrado um boletim de ocorrência. Emily Souza vai fazer exames de corpo de delito na terça-feira (20).

Não tinha relação com o autor

Durante a entrevista ao G1, Emily Souza contou que não tinha relação de amizade e nem de namoro com Paulo Vitor. Ela contou que já tinha ouvido falar dele, mas que nunca tinha falado.

“Eu não tenho contato com ele, nunca tive, nenhum vínculo, conheço porque eles são bem conhecidos na cidade pela fama ruim que eles têm, ele e os amigos dele, mas eu nunca tinha conversado com ele na vida”, contou.

“Não existia nenhum tipo de envolvimento pessoal, nunca existiu. Todo mundo curtindo a festa de boa, eu quase que nem vi ele lá, o ambiente não era tão grande, não teve insulto, não teve discussão, não teve nada”.

Emily Souza afirmou que tem amizade com um amigo do policial militar, que também estava na festa. O suspeito de cometer o crime o chamou após ela encontrar e brincar com esse amigo.

“Eu estava brincando com um amigo dele, que no caso era o único que eu conhecia e dava liberdade e ele estava na área da piscina, que não era uma área muito grande e eu na área da sinuca, embaixo, que dava mais ou menos três metros de distância”, contou.

“Eu brincando com o amigo dele, fui lá na parte onde eles estavam, ele estava resenhando comigo. Eu fui lá, brinquei com ele e voltei para onde eu estava”.

A jovem contou ainda que uma amiga ficou receosa quando viu que ele a chamou, mas não sentiu medo, porque não imaginou que seria agredida.

“Eu estava conversando com minha amiga, ele fez um sinal com o dedo me chamando. Ele falou: ‘Vem cá’. Minha amiga falou: ‘Você vai?’ E eu disse: ‘Eu vou’. Até porque não passou na minha cabeça que ele poderia me agredir”.

“A única coisa que eu pensei foi que ele deveria me perguntar o porque que eu não simpatizo com ele e só. Já cheguei lá com as mãos para trás, nem encostei nele e nem fiz nada”, finalizou.

(G1)

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