Juiz baiano explica veto a ‘héteros’ e diz que corregedor do TJ é ‘gay não assumido’

Gomes afirmou que a situação o incomodou profundamente, pois a determinação veio de um corregedor que, segundo ele, é homossexual, embora não assumido

Foto: Reprodução

O juiz Mário Soares Caymmi Gomes, da 12ª Vara das Relações de Consumo em Salvador, concedeu uma entrevista ao jornalista Luís Ganem explicando o veto que fez à contratação de estagiários heterossexuais em seu gabinete. Ele também lamentou o fato de que seu edital tenha sido vetado pelo desembargador José Rocha Rotondano, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), a quem ele se referiu como “gay não assumido”.

Gomes afirmou que a situação o incomodou profundamente, pois a determinação veio de um corregedor que, segundo ele, é homossexual, embora não assumido. Ele alegou que sabe da orientação sexual do desembargador porque esteve envolvido com o marido de Gomes antes de conhecê-lo, e também foi casado com um vereador homossexual de Mata de São João.

Para Gomes, a posição de Rotondano demonstra a dificuldade de as pessoas reconhecerem sua posição na sociedade. Ele explicou que este caso é emblemático porque reflete a dificuldade de assumir uma orientação sexual minoritária em um ambiente de trabalho conservador, e como isso pode reforçar a discriminação contra pessoas trans. Ele questionou por que a comunidade LGBTQIAPN+ é frequentemente deixada para trás em termos de oportunidades.

Em resumo, Gomes explicou sua posição em relação à contratação de estagiários heterossexuais e lamentou a atitude de Rotondano em vetar seu edital. Ele destacou a importância de reconhecer a própria posição na sociedade e de não reforçar a discriminação contra pessoas trans. (PL)

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