Em Cachoeira, cidade do recôncavo baiano, existe, em média, uma produção de licor a cada 1 mil habitantes. Se levarmos em conta a quantidade de gente envolvida em cada produção – dentre grandes e pequenas – e mais aqueles que fornecem matéria-prima para os fabricos, não seria exagero dizer que grande parte da população cachoeirense tem um pé no licor.
A bebida que dá fama ao município de pouco mais de 29 mil habitantes vive seu auge de comercialização no período do São João, talvez porque seja quando as cidades do Nordeste ficam um pouco mais frias à noite, abrindo espaço para a bebida quente.
O ritmo pacato de cidade pequena, com casinhas coloridas e construções da época colonial, contrasta com a enormidade da fábrica do Arraiá do Quiabo, um dos maiores produtores de licor da região, juntamente com o Licor Roque Pinto.
Ali, um grande galpão preenche parte dos hectares pertencentes à marca. Na entrada, em um dia comum de semana, aglomeram-se pequenos grupos de pessoas que vão, pessoalmente, comprar seus licores.
É o que faz o frei João da Maculada, da comunidade dos Irmãos de São João, localizada em Salvador. “É o melhor licor da região.
Todo ano eu venho comprar porque no Convento dos Perdões já tem uma tradição, que é o Arraiá dos Perdões. É aberto ao público para toda a comunidade, e bastante gente que vem pro nosso forró, então não pode faltar o licor”, diz.
Hoje, com a fama que os licores de Cachoeira ganharam, cada um busca formas de se destacar. A variedade de sabores é uma delas. No Arraiá do Quiabo, são 26 opções disponíveis, entre licores tradicionais e cremosos.
Fonte: Terra