Os jogos de azar, como as loterias, foram alvo de uma crítica contundente por parte do pastor John Piper, que definiu essa atividade como “destrutiva para a vida das pessoas”.
O pastor e teólogo mantém um podcast em que responde a perguntas de ouvintes, e foi questionado se a loteria seria um negócio que tem como razão de existir sabotar a vida de pessoas pobres, que se iludem com a chance de ganhar nos jogos.
Veemente, Piper afirmou que a loteria engana os pobres em esforços de “ficar rico rapidamente”, e citou dados de pesquisa que indicam que pessoas pobres costumam sacrificar pelo menos 6% de sua renda anual na loteria.
“A principal atração”, disse o pastor, para as pessoas de baixa renda quando se trata de jogos de azar são “abrir abas e raspar”, na esperança de se deparar com um prêmio.
“Esses tipos de jogos são menos atraentes para pessoas de classe média e classe alta porque adicionar US$ 10, ou até mesmo US$ 100, à sua conta bancária não faz muita diferença para uma pessoa de classe média”, comentou Piper, expondo o contexto da loteria nos Estados Unidos.
“Mas para uma pessoa pobre – US$ 10, US$ 100 ou US$ 500 – isso é como um ganho inesperado. E, portanto, o pagamento mais frequente e de maior probabilidade de ganhar impacta pessoas desproporcionalmente mais pobres para esses tipos de jogos do que para, digamos, o grande pagamento da Powerball”, acrescentou, citando a principal loteria do país, equivalente à Mega-Sena no Brasil.
O teólogo continuou observando que “a loteria não se tornou uma indústria milionária devido à sua grande produção de ganhadores” e que, embora as loterias sejam teoricamente destinadas a financiar serviços sociais, “há ironias”.
“A maioria dos estados destina parte da renda da loteria para a prestação de serviços para o vício do jogo, e alguns tentam fornecer um bom tipo de educação, o que cria, supostamente, hábitos de mente e coração opostos aos hábitos que exploram pela própria loteria”, ponderou.
“Comportamentos de dependência são mais comuns entre os pobres, e viver por gratificação imediata em vez de adiada é mais comum entre os pobres. O jogo com financiamento público alimenta esses tipos de hábitos, que são destrutivos para a vida das pessoas”, disse John Piper, reiterando sua crítica a todo o contexto envolvendo as apostas, de acordo com informações do The Christian Post.
Anos atrás, em um artigo de opinião de 2016, Piper listou razões pelas quais é errado jogar na loteria. Ele disse que a loteria é “espiritualmente suicida”, representa “uma espécie de apropriação indébita” e “uma missão de tolo”, é “construída sobre a necessidade de a maioria das pessoas perder” e, por fim, é “predadora com os pobres”.
“Então, se você ganhar, não dê seus ganhos na loteria para o nosso ministério. Cristo não constrói sua igreja nas costas dos pobres […] Ore para que o povo de Cristo fique tão satisfeito nele que seja libertado da ganância que nos faz desejar ficar rico”, escreveu o pastor na ocasião.
por Tiago Chagas / Gospel +