Mãe denuncia morte de jovens e diz que encontrou corpos com marcas de tiros em Itacaré: ‘cena que luto para esquecer’

Igor de Lima Correia, de 21 anos, e Otávio Inácio Costa, de 24 — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz

Uma mulher denunciou, nesta segunda-feira (19), a morte de dois jovens na zona rural Itacaré, cidade turística do sul da Bahia. Igor de Lima Correia, de 21 anos, e Otávio Inácio Costa, de 24, foram assassinados no dia 24 de junho.

Núbia Lima era mãe de Igor Correia e disse que os corpos do filho e do amigo foram encontrados por ela e pelo marido, e que apresentavam marcas de tiros.

“É uma cena que luto para esquecer, porque toda vez que deito à noite é o que vem na minha cabeça, os meninos no chão, caídos. Achei que estavam machucados, que tinham levado uma surra, mas não que estaria daquele jeito [mortos]”, disse.
Segundo Núbia, os jovens trabalhavam no sítio em que foram assassinados.

“O sítio em questão era da família de um traficante que foi morto na noite anterior. Eles [atiradores] mostraram a foto do traficante para os meninos, dizendo que eles [jovens] eram parceiros dele [traficante], mas ninguém sabia [que o homem era traficante]. Os meninos estavam apenas trabalhando”, comentou.

Uma testemunha, que não quis se identificar, estava com os jovens no local e conseguiu fugir e detalhou o que aconteceu. Segundo ela, o crime teria sido cometido por policiais militares.

“A gente acordou por volta das 2h30 com barulho. A porta já estava aberta, a janela também. Eles pediram para sair rastejando, com a cara no chão e a mão para trás. Tinham uns seis policiais, eles queriam dinheiro, querendo o ‘grosso’, só falando isso o tempo todo. Os meninos chorando, pedindo pelo amor de Deus, que não sabiam de nada. A gente falando que tinha família e eles dizendo que a gente estava mentindo”, detalhou.

Por medo, a testemunha não mora mais em Itacaré, assim como Núbia e os demais familiares de Igor Correia.

O comando da Polícia Militar abriu sindicância para apurar a denúncia de participação de PMs no crime. O caso também é investigado pela Polícia Civil. Testemunhas já foram ouvidas, mas os detalhes da investigação não foram divulgados. (G1)

google news