Diversas mães de crianças com deficiência se reuniram em frente a uma unidade da Unimed, localizada em um grande centro comercial de Salvador. Essa manifestação foi realizada por causa dos cancelamentos de planos feitos pela Unimed e pelas administradoras dos planos de saúde. O protesto ocorreu na manhã dessa sexta-feira (19), no final da avenida ACM e início da avenida Tancredo Neves.
Uma das mães conversou com exclusividade com a equipe do BNews. De acordo com Monique Reis, várias mães já entraram na justiça contra a Unimed, mas que isso não traz uma solução imedita para cada uma delas.
“Quando a gente entra com a liminar contra a Unimed e a administradora, eles recorrem. No STJ já existe decisões favoráveis a gente e quando chega lá eles não conseguem mais passar. Eu tenho uma liminar contra a Unimed de aumento de plano abusivo, que foi 92%, que dura 283 dias, porque eles entram com o recurso. Aí chegou numa fase que eles não podem mais entrar com um recurso e aí eles entram em acordo. Mas e o desgaste emocional de saber se aquilo ali vai realmente permanecer ou não? E o tratamento que a gente fica pulando de um lado e para o outro até a decisão final?”, explicou a mãe.
Monique ainda detalhou que o grupo teve uma reunião online com a gerente de ouvidoria da Unimed. “A gente fez uma reunião na segunda-feira online com a gerente de ouvidoria da Unimed, onde ela ficou de nos dar um retorno até sexta, justamente porque ela teria cinco dias para analisar os casos, que são todos casos pela mesma coisa, cancelamento unilateral do plano”, detalhou Monique Reis.
Quem também falou com a equipe do BNews foi a mãe Ingrid Graciliano. Ela explicou as ações que a Unimed tem feito contra essas mães.
“Somos usuários do plano da Unimed, eu e minha filha. Nós tivemos a surpresa do cancelamento há um ano atrás. Consegui via liminar que o plano fosse restabelecido e hoje essa realidade volta a acontecer com as minhas irmãs de luta. Os planos delas sendo cancelados, as mães procurando advogados para fazer o restabelecimento do plano via liminar e infelizmente o plano de saúde está fazendo com que as mães fiquem inadiplentes, não enviando boleto de pagamento do plano de saúde e forçando, de forma compulsória, que os planos sejam cancelados”, pontuou Graciliano.
Ingrid também detalhou o que o grupo estava buscando com a manifestação. “Nós estamos aqui reivindicando hoje para que esses planos, esses contratos, sejam reestabelecidos e as terapias das crianças tenham a continuidade que realmente precisa, tanto as cirurgias quanto as crianças que estão em UTI hoje e não podem ficar sem esse plano de saúde. Nós queremos uma resposta da Central Nacional Unimed”, explicou a Graciliano.
POSICIONAMENTO DA UNIMED
Em contato com a Unimed Nacional, a empresa informou, por meio de nota, que os casos estão sendo recebidos e analisados pela empresa. Ainda segundo o documento, os casos sem resposta ainda estão passando pelo processo de análise.
“Informamos que estamos acolhendo e analisando todos os casos que têm sido comunicados a nossa ouvidoria. Aqueles que ainda não foram respondidos, permanecem em análise junto com as administradoras do benefício. Os atendimentos desses planos de saúde permanecerão ativos enquanto os casos estiverem sendo analisados. Todas as decisões cumprem rigorosamente a legislação que rege os planos de saúde. Ressaltamos que o respeito e o cuidado com os beneficiários são a base de nossas relações”, diz a nota da Unimed Nacional.
Fonte: Bnews
