Foto: Reprodução/TV Bahia
A Bahia tem 42.090 mil eleitores com deficiência aptos para as eleições de 2018, segundo informações divulgadas nesta terça-feira (25) pelo Tribunal Regional Eleitoral do estado (TRE-BA). O número é três vezes maior que o registrado em 2014, quando apenas 13.740 mil eleitores eram portadores de deficiência. Só em Salvador, neste ano, estão aptos para a votação 19.305 mil eleitores com deficiência. Nas últimas eleições, em 2014, eram 5.563 mil — três vezes menos. No total, o estado tem 10.393.170 milhões de eleitores. De acordo com o TRE, o aumento no número de eleitores com deficiência é resultado de ações de incentivo desenvolvidas pelo órgão durante o recadastramento biométrico, ocorrido até maio deste ano. Já a presidente da Associação de Deficientes Físicos da Bahia, Luiza Câmera, acredita que o número maior é parte de uma onda de reinserção deles na sociedade. “Mesmo que não tenha acessibilidade, que exista as barreiras no trato conosco, nós estamos ocupando o espaço da cidadania, pois nós não queremos caridade, e sim que nossos direitos sejam cumpridos”, disse Luiza Câmara.
Algumas pessoas passaram a integrar o grupo após sofrerem acidentes. Entre eles, está o motorista de ônibus aposentado Jenilton Souza, que perdeu parte da perna direita após uma batida, enquanto trabalhava, em 2016. Neste ano, ele fez a biometria e já está preparado para votar. “A gente está procurando por melhores governantes”, conta.
Eleitores com deficiência que participaram das eleições anteriores reclamam das dificuldades para acesso ao local de votação. Uma delas é a assistente social Cristiane Venâncio nasceu com problemas de locomoção por causa de uma paralisia cerebral. “Eu tive que mudar o colégio eleitoral duas vezes para conseguir um colégio acessível, o quie é muito difícil. No normal, o que a gente queria era que todos os locais fossem acessíveis”, disse Cristiane. Outro que reclama é o bancário Diego Aguiar, que perdeu a perna esquerda em um acidente de moto, aos 15 anos. “Eu também já tive dificuldade. Tem um colégio que eu voto na região do Itaigara [em Salvador], que não tem acessibilidade. Não lembro qual foi o motivo, mas eu estava sem minha perna mecânica, sem minha prótese, e tive que ir de muleta. Minha sessão era no primeiro andar” falou Diego. Contudo, o presidente do tribunal diz que o acesso dos deficientes está garantido em todos os locais de votação neste ano. “Demonstrando que nós tínhamos consdições de, no dia da eleição, atender o pedido de um eleitor que se declarasse portador de necessidades especiais, de alguma deficiência, como corrimão, como rampas de acesssibilidade e tantas outras situações que nós levantamos e que nós estamos aptos a atender esse elitorado”, informou o desembargador José Rotondano. (G1)