As campanhas coloridas lembram sobre a importância do cuidado integral com a saúde. Março é um mês colorido por três cores, três causas:
AZUL-MARINHO: Câncer colorretal
AMARELO: Endometriose
BORGONHA: Mieloma múltiplo
Curiosidade: a cor borgonha é um tom de vermelho associado ao vinho da Borgonha, região da França, famosa pela vinicultura.
Mieloma múltiplo: o que é?
O mieloma múltiplo é um tipo raro de câncer, que atinge a medula óssea – a fábrica das células sanguíneas- que passa a produzir de forma desordenada e anormal, os plasmócitos (um tipo de glóbulo branco).
Os plasmócitos defeituosos se acumulam na medula óssea, formando o plasmocitoma, considerado um “tumor maligno”, pois atrapalha o bom funcionamento e a produção de células saudáveis, danificando a estrutura óssea.
O mieloma tem maior prevalência em pessoas da terceira idade, mas pode também acometer pacientes jovens. A incidência da doença no Brasil é de cerca de 7 mil casos por ano, com leve predominância entre os homens.
As causas da doença são desconhecidas, por isso não há medidas preventivas associadas, e nem prognósticos de cura, entretanto, os tratamentos estão cada vez mais avançados e eficazes, no sentido de preservar e proporcionar qualidade de vida aos pacientes. Por isso a importância de conscientizar sobre o mieloma, para encorajar os exames de rastreio, pois o diagnóstico precoce aumenta o tempo de vida do paciente e pode evitar consequências mais graves da doença.
Sinais e sintomas:
Como os sintomas do mieloma se assemelham muito aos de outras doenças, é comum que o diagnóstico seja tardio, pois o paciente costuma passar por vários médicos, até chegar ao hematologista, especialista responsável por diagnosticar e tratar o mieloma, juntamente com o oncologista.
Geralmente, na fase inicial, o mieloma não apresenta sinais, entretanto à medida que os plasmocitomas se infiltram na medula óssea, os pacientes costumam apresentar:
- Cansaço extremo, fraqueza, palidez e perda de peso;
- Mau funcionamento dos rins, inchaço nas pernas;
- Sede exagerada, perda de apetite, constipação grave;
- Dores ósseas (especialmente na coluna) e fraturas espontâneas;
- Infecções constantes.
Esses sintomas levam às seguintes alterações nos exames laboratoriais:
- Baixa contagem de glóbulos vermelhos (anemia);
- Baixa contagem de glóbulos brancos e/ou de plaquetas;
- Destruição dos ossos nas áreas circundantes da medula (osteoporose);
- Nível elevado de creatinina no sangue (indicativo de problemas renais);
- Hipercalcemia (níveis elevados de cálcio no sangue);
- Presença de proteína na corrente sanguínea e/ou na urina;
Atenção! É importante visitar seu médico e realizar exames periodicamente. Além disso, a qualquer sinal diferente no corpo é importante procurar um atendimento médico.
O diagnóstico:
O diagnóstico inicial é realizado em um exame de rotina, o hemograma (exame de sangue). Nele, será possível ver as alterações das células. Em caso de alterações, o médico pedirá uma biópsia da medula óssea, quando um fragmento do osso da bacia será retirado e analisado em laboratório para definir a quantidade de plasmócitos presentes.
Poderão ser indicados também, eletroforese de proteína e imunofixação de proteína, ambos realizados por meio de coletas de sangue e urina. Também é possível que sejam solicitados exames como radiografia óssea, tomografia computadorizada, PET Scan e ressonância magnética, para verificar se há alterações nos ossos e se também há presença de plasmocitomas
O tratamento:
Embora não haja cura, com os avanços da ciência, hoje existem importantes opções para o tratamento do mieloma múltiplo, que possibilitam ao paciente viver bem e com qualidade. São eles:
Quimioterapia: vários medicamentos extremamente potentes são utilizados com o objetivo de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células doentes. Sua administração é feita em ciclos, com um período de tratamento, seguido por um período de descanso, para permitir ao corpo um momento de recuperação.
Radioterapia: tratamento que utiliza raios ionizantes para destruir o tumor ou impedir que ele cresça.
Transplante autólogo de medula óssea: a medula usada para o transplante vem do próprio paciente. As células-tronco são coletadas por meio de uma veia ou por meio de coleta direta da medula óssea em ambiente de centro cirúrgico, congeladas e armazenadas (criopreservação). Antes de realizar a coleta das células da medula óssea para o transplante, o paciente recebe alguns ciclos de tratamento medicamentoso para controlar e diminuir o número de plasmócitos doentes do corpo.
A conduta de tratamento será avaliada pelo hematologista, pelo oncologista e dependerá do estágio da doença e do estado clínico do paciente.
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Fontes: INCA (Instituto Nacional do Cancer) e ABRAMM (Associação Brasileira de Mieloma Múltiplo)