Massagista diz que diretoria do Vitória o tratou “como cachorro” e que foi demitido para corte de custos

“Foi uma demissão. Não foi aposentadoria. Mas tem que enxugar a folha, porque incharam lá na base, colocaram na categoria um supervisor”

Foto: Divulgação / EC Vitória

O massagista Edmilton Pedreira da Silva, conhecido como Tuca, revelou nesta terça-feira (21) que foi demitido do Vitória sob a justificativa de corte de custos. Mais cedo, o clube havia publicado uma nota informando que o profissional estava “nos deixando para gozar de sua merecida aposentadoria”. Tuca disse que está aposentado desde 2014, e que a informação não procede.

“Foi uma demissão. Não foi aposentadoria. Mas tem que enxugar a folha, porque incharam lá na base, colocaram na categoria um supervisor. Não sei porquê, isso nunca vi no Vitória. Para justificar os erros de alguns incompetentes, demitiram o massagista Régis, de 31 anos, agora me demitem de uma forma dizendo que estou sendo aposentado. Eu disse bem claro: Não tem problema, só quero que o senhor me pague todo o fundo de garantia que ainda tenho, a minha rescisão e o meu prêmio do [acesso] Brasileiro da Série C para a Série B”, disse, em entrevista ao Bahia Notícias.

Cego, o massagista se aposentou com base na Lei Complementar Nº 142, de 8 de maio de 2013, que prevê, em seu artigo 3º, o seguinte:

“É assegurada a concessão de aposentadoria pelo RGPS ao segurado com deficiência, observadas as seguintes condições:

I – aos 25 (vinte e cinco) anos de tempo de contribuição, se homem, e 20 (vinte) anos, se mulher, no caso de segurado com deficiência grave”.

“Quando me aposentei, já tinha 26 anos. A diretoria que estava lá pediu: Tuquinha, não. Você não vai embora, não. Você está jovem, tem muito a dar ao grupo. Permaneci trabalhando”, contou.

O que o magoou, diz, foi a forma como a situação foi conduzida. Tuca relata que, após terminar as massagens nesta segunda-feira (20), foi chamado por seu supervisor, que o informou da demissão.

“No final da tarde, meu supervisor me chamou e falou: Tuca, Reinado esteve aqui, do setor pessoal, e a diretoria pediu para você ser demitido, porque você é aposentado, o clube não tem condições e o primeiro que tem que ir é você. No meu entendimento, eles expressaram que eu ganhava muito (…) les querem achar que R$ 2.215,00, depois que desconta meu plano de saúde, é a solução do Vitória sair de onde está”, afirmou.

Tuca destacou que recebeu o apoio dos atletas e fez um pedido a eles. “Me reuni com uma boa parte, eles ficaram muito sentidos. Disseram que iam mover isso aí. Eu fui, reuni, pedi a eles que era para eles respeitarem a instituição que estava acima de todos, e que fizessem isso para mim: colocassem o Vitória na primeira divisão, independente do que alguns estão fazendo”, revelou.

Sobre a suposta homenagem feita pelo Vitória, que disse, em nota, que a sala dos massagistas passará a se chamar “Sala de Massagem Edmilton Pedreira ‘Tuca'”, o profissional foi categórico.

“É lei de engano, para botar mel na boca das pessoas, para dizer que me honrou. Me honrou não. Me trataram como um cachorro. A diretoria me tratou como cachorro. Desrespeitou meu histórico no Vitória. Se não me quer aí, me pague tudo que é meu. Mas essa história de botar sala e tudo é engano”, disse.

Procurado pelo Bahia Notícias, o Vitória disse que a posição emitida no comunicado inicial se mantém. (BN)

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