Profissionais do setor metalúrgico de Camaçari, na região metropolitana de Salvador, iniciaram uma carreata na manhã desta sexta-feira (28) no Espaço 2000, em direção à sede da Justiça do Trabalho, cobrando agilidade pela ação que cobra indenização após desligamento de trabalhadores de uma empresa que prestava serviços à montadora Ford.
De acordo com a categoria, 230 metalúrgicos da empresa foram demitidos em 8 de janeiro, e não receberam os valores devidos.
O G1 entrou em contato com a Ford e aguarda posicionamento.
Eles afirmam que entraram com uma ação na Justiça do Trabalho no dia 18 de janeiro, dez dias após a demissão, mas até o momento não houve avanço para uma solução.
O representante do Sindicato dos Metalúrgicos, Daniel Sá Barreto, disse que após o encerramento do vínculo entre a empresa e a Ford, todos os profissionais ficaram de fora do acordo de indenização, o que fez com que a categoria acionasse o caso na Justiça.
“A gente está se manifestando em relação ao acordo que foi fechado na Ford e deixaram a gente de fora. Não somos funcionários terceirizados, somos sistemistas. São conjuntos de empresas dentro do complexo da Ford. Eles [a Ford] não reconhecem a gente e a empresa [que presta serviços à Ford] não se manifestou às nossas reclamações”, disse o representante da categoria.
O grupo afirma também que o sindicato entrou com ação para que os profissionais fossem recontratados, mas não obteve retorno.
Fechamento da Ford no Brasil
A montadora anunciou no dia 11 de janeiro que encerrará sua atividades no Brasil após um século. Na Bahia, a Ford estava sediada em Camaçari, na região metropolitana de Salvador.
A empresa, que fechou 2020 como a quinta que mais vendeu carros no país, com 7,14% do mercado, continuará comercializando produtos no Brasil.
Em comunicado divulgado à época do anúncio, a fabricante disse que a decisão foi tomada “à medida em que a pandemia de Covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e a redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas”.
A montadora citou também a recente desvalorização das moedas na região, que “aumentou os custos industriais além de níveis recuperáveis”, e mencionou a pandemia e a ociosidade nas linhas de produção, “com redução nas vendas de veículos na América do Sul, especialmente no Brasil”.
Desde então, acordos com várias categorias e empresas terceirizadas têm sido formalizados. No entanto, protestos também têm acontecido, com profissionais discordando das posições das empresas e da própria montadora após o desligamento e encerramento do serviço na companhia.