Moradores participam de simulação de rompimento de barragem no Recôncavo

Ação preventiva movimentou 1,5 mil pessoas em três cidades, com 25 sirenes e 27 pontos de encontro

opulação busca abrigo em ponto de encontro.
Crédito: Paula Fróes/ CORREIO

O fisioterapeuta José Teomas Júnior, 44 anos, precisou parar para recuperar o fôlego enquanto empurrava a cadeira de rodas com o pai, José Teomas, 74 anos, na Ladeira Manoel Vitório, em Cachoeira, no Recôncavo. Neste domingo (9), os moradores participaram de uma simulação para treinamento em caso de rompimento da barregam de Pedra do Cavalo. As autoridades frisaram que não há problemas com a estrutura e que a ação foi apenas preventiva.

A Votorantim, empresa responsável pela usina hidrelétrica, fez um estudo sobre o impacto de um suposto rompimento. Três municípios seriam atingidos, além de Cachoeira, as cidades de São Félix e Maragogipe, e 40 mil pessoas seriam afetadas. Um planejamento foi montado com 25 sirenes de alerta e 27 pontos de encontro. Neste domingo, às 10h, os alarmes tocaram e 1.548 moradores correram para a região combinada.

Eles contaram que nos últimos três meses as sirenes foram ligadas algumas vezes para teste e que equipes técnicas visitaram as casas com as orientações sobre a simulação. O fisioterapeuta José Teomas disse que a iniciativa é importante como forma de prevenção, mas reclamou da falta de acessibilidade da cidade e afirmou que isso seria um entrave para a evacuação às pressas.

“A maior dificuldade que encontramos foi para conseguir sair. As ruas não têm acessibilidade, o calçamento é ruim, não há rampas, tem carros e postes em cima dos passeios, calçadas danificadas e bloqueios. E como o percurso é íngreme exige uma prova de resistência física”, contou, enquanto recuperava o fôlego.

O pai dele tem Parkinson e contou com a ajuda dos vizinhos para conseguir terminar de subir a ladeira. Pai e filho levaram cerca de 30 minutos para sair do Centro e chegar ao Ponto de Encontro 16, no alto da Ladeira Manoel Vitório. Este também foi o destino escolhido pela produtora de licor Michele Moreira, 25, e do pequeno Samuel, 2 anos. Ela contou que está quase preparada para uma eventual evacuação.

“Falta separar os documentos. O pessoal orientou que a gente deixe sempre os documentos separados e em locais de fácil acesso, porque facilita na hora de sair correndo. Ainda não fiz isso, vou fazer, mas espero nunca precisar usar”, contou.

No Ponto de Encontro 15 os moradores tiveram que enfrentar uma ladeira bastante íngreme, o mesmo no Ponto 17 que fica na entrada da cidade. Ao todo, 150 profissionais participaram da simulação.

(Correio)

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