“Não somos mais colonizados”, diz Lula sobre resistência da UE em negociação com o Mercosul

Presidente brasileiro declarou que países ricos não estão dispostos a fazer acordos na perspectiva de concessão

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (3) que, se o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia não for concluído, será por excesso de protecionismo dos europeus.

Segundo o líder brasileiro, países ricos têm se negado a fazer acordos na perspectiva de concessão e é preciso chegar a um equilíbrio. Lula ressaltou que exige a valorização do que a América do Sul tem a ofertar. A declaração foi feita durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-28).

“Se não tiver acordo, paciência, não foi por falta de vontade. A única coisa que tem que ficar claro é que não digam mais que é por conta do Brasil e que não digam mais que é por conta da América do Sul. Assuma a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer um acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão, é sempre ganhar mais e nós não somos mais colonizados, nós somos independentes, nós queremos ser tratados apenas com o respeito de países independentes que temos coisas pra vender, e as coisas que temos têm preço. O que queremos é um certo equilíbrio”, disse.

O Mercosul e a União Europeia tentam fechar um acordo de livre comércio desde 1999, mas a fase de revisão dos termos segue passando por diversos entraves. O acordo envolve 31 países, e prevê isenção ou redução na cobrança de impostos de importação de bens e serviços produzidos nos dois blocos.

Antes da fala de Lula, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse ser contra o acordo de livre comércio. “Sou contra o acordo Mercosul-União Europeia, porque acho que é um acordo completamente contraditório, com o que ele está fazendo no Brasil e com o que nós estamos fazendo. Porque é um acordo que foi negociado há 20 anos, e que tentamos remendar, e que está mal remendado”.

Questionado sobre as declarações, Lula afirmou que a posição da França já era conhecida e que, se a Europa decidir não fechar o acordo, deve assumir a responsabilidade pela decisão.

(Metro 1)

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