Oeste: Fazendeiro condenado é acusado de invadir terras e causar insegurança

Foto: Divulgação

O fazendeiro João Toledo de Albuquerque, conhecido de Alagoano, teria invadido propriedades no oeste baiano no início deste mês de outubro, conforme denúncias de proprietários de terras da região. De acordo com boletins de ocorrência, o fazendeiro teria invadido áreas da propriedade de José Valter Dias, Paulo Mizoto e Luiz Cardi. No boletim de ocorrência registrado na 11ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), em Formosa do Rio Preto, no dia 4 de outubro, um funcionário da Fazenda Serra Geral III narra que um grupo de homens armados, a mando do fazendeiro, estava cavando buracos e colocando mourões para construir uma cerca na propriedade. Os invasores teriam se negado a deixar a área e a suspender a construção da cerca.No dia 10 de outubro, o delegado da 11ª Coorpin, Carlos Roberto de Freitas Filho, instaurou um inquérito para apurar a invasão nas terras da família de José Valter Dias, por esbulho possessório e porte ilegal de arma de fogo, praticado por João Toledo de Albuquerque. A invasão na fazenda de José Valter Dias, segundo no inquérito, ocorreu no dia 8 de outubro, por volta das 8h da manhã, em Coaceral, na zona Rural de Formosa do Rio Preto. De acordo com os proprietários das terras invadidas, o Alagoano, junto com a “milícia armada, tem transformado o oeste da Bahia em um verdadeiro caos”. Eles relatam que João Toledo escolheu a região para ser seu “eldorado de ilicitudes”, desrespeitando os legítimos proprietários das áreas cultivadas.Diante da invasão, os proprietários tomaram providências legais junto à Polícia Estadual e Federal, assim como já moveram ações na Justiça para frear os atos do fazendeiro. Os proprietários reconhecem os esforços promovidos pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) para apaziguar a situação no oeste baiano, mas alertam para os atos do Alagoano, que tem atuado na região, gerando “medo e insegurança aos agricultores e geradores de emprego e renda ao estado da Bahia” e depositam confiança de que as autoridades adotarão as providências necessárias para “dar limite e punir de forma contundente o malfeitor e sua súcia”.

FAZENDEIRO JÁ FOI CONDENADO POR DESMATAMENTO
Em maio de 2018, João Toledo foi condenado pela Vara da Justiça Federal em Barreiras por desmatar 6,6 mil hectares de uma área protegida na Fazenda Gerais, em Formosa do Rio Preto. A ação foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF). O desmatamento chegou a atingir uma área de 7,2 mil hectares dentro da Unidade Conservação Federal de Proteção Integral Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins. “No período compreendido entre junho de 2006 e novembro de 2008, João Toledo de Albuquerque, de maneira livre, consciente e voluntária, causou danos diretos e indiretos à unidade de conservação”, apontou o MPF. A decisão afirma que, em abril de 2018, a área foi embargada pelo Ibama, mas apesar do embargo, “João Toledo, de forma livre, consciente e voluntária, promoveu a execução de serviço potencialmente poluidor (cultivo de soja) na área embargada, sem autorização dos órgãos competentes, diante das constatações da equipe pericial da Polícia Federal em 30 de outubro de 2009”. A sentença da juíza federa Gabriela Macedo Ferreira, condenou João Toledo a um ano e seis de prisão, mas converteu a pena em prestação de serviço comunitário. (BN)

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