ONG perfura poços artesianos no semiárido da Bahia

Secas intensas no Nordeste prejudicam o povo não só diretamente, mas também por meio da morte de gado e destruição de lavouras. (Musse Jereissati/Pixabay)
Secas intensas no Nordeste prejudicam o povo não só diretamente, mas também por meio da morte de gado e destruição de lavouras. (Musse Jereissati/Pixabay)

Desde 2013, a Greenfinity Foundation, instituição internacional sem fins lucrativos de projetos sustentáveis, que tem como mantenedora a holding de tecnologia myWorld, lidera o programa “Água para Bahia”, que construiu mais de 150 poços artesianos para atender uma população com cerca de 3 000 pessoas, além de 15 hospitais e 40 escolas baianas. O objetivo do grupo é diminuir a incidência de doenças causadas pelo contato com fontes de água contaminada e garantir a subsistência dos nordestinos que dependem desse bem para ganhar dinheiro e viver com dignidade. No último dia 19, às vésperas do Dia Mundial da Água, celebrado nesta sexta-feira, 22, a UNESCO publicou o “Relatório mundial das Nações Unidas sobre desenvolvimento dos recursos hídricos 2019″, em que revela uma série de dados sobre o acesso à água ao redor do mundo. O documento explora principalmente a falta de água de qualidade e os problemas de saneamento e nutrição por todo o planeta. Por exemplo, mais de 2,1 bilhões de pessoas (cerca de 30% da população global) não têm acesso a um fornecimento seguro de água potável.A seca é outro problema grave apontado no relatório: mais de 1,1 bilhão de pessoas são afetadas por ela, afirma a organização. No Brasil, a falta de água é uma questão histórica para o Nordeste. Uma pesquisa do IBGE mostrou que, em 2016, apenas 66,6% dos domicílios ligados à rede geral tinham disponibilidade diária de água na região, contra a média nacional de 87,3%. No semiárido, clima predominante na região, as altas temperaturas e os baixos níveis de chuvas afetam o abastecimento humano, a criação de gado e as lavouras. De acordo com a presidente da Greenfinity Foundation, Stephanie Adler, a instituição quer ir além na região da Bahia. “Para os próximos anos, queremos trabalhar ativamente na perfuração de mais poços e garantir acesso a água limpa para toda a população atingida pela seca”, afirmou. Outras organizações fazem planos para melhorar ainda mais a condição dos nordestinos. A iniciativa Água+Acesso, por exemplo, reúne a multinacional Coca-Cola e algumas organizações sociais para coletar e implementar ideias que levem água para a região. Os maiores desafios enfrentados são a criação de tecnologias mais baratas para a perfuração de poços e o tratamento de água. Entre 2017 e 2018, o investimento de R$ 8 milhões da empresa permitiu que 40 mil indivíduos fossem ajudados. Para este ano, a meta é alcançar mais 33 mil pessoas, totalizando 190 comunidades atingidas pelo projeto. (Veja)


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