Osteoporose, a doença silenciosa incapacitante e tantas vezes fatal

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Silenciosa, incapacitante e muitas vezes fatal, a osteoporose atinge cerca de 200 milhões de mulheres no mundo todo, aproximadamente um décimo daquelas com 60 anos, um quinto das com 70 anos, dois quintos das com 80 anos e dois terços das com 90 anos. Os dados são da Fundação Internacional da Osteoporose (IOF).

Na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, a entidade indica que a doença afeta cerca de 75 milhões de pessoas, entre homens e mulheres.

De acordo com uma reportagem difundida pela BBC News, apesar de ser uma enfermidade bastante conhecida, é pouco diagnosticada e tratada tardiamente, na maioria dos casos apenas quando o paciente já sofreu alguma fratura, sendo essa a sua principal complicação.

Para se ter uma ideia, de acordo com a IOF, anualmente, causa mais de 8,9 milhões de fraturas osteoporóticas, resultando em uma a cada três segundos.

E tudo isso gera um enorme impacto humano, com sequelas físicas e emocionais, e também socioeconômico – um estudo conduzido pela consultoria americana Cornestone Research Group, e apoiado pela biofarmacêutica Amgen, revela que o custo anual mundial de hospitalização por fraturas causadas pela osteoporose é 19,8 mil milhões de dólares.

A principal preocupação, hoje em dia, é que, com o envelhecimento da população, o número de casos da doença e também os gastos com esta tendem a crescer substancialmente.

A IOF estima que o número de fraturas osteoporóticas subirá 32% até 2050 em todo o mundo.

O que é a osteoporose? 

Segundo informações divulgadas pela rede de hospitais CUF, a osteoporose é caracterizada pela diminuição da massa óssea e deterioração da arquitetura do osso, conduzindo ao aumento do risco de fratura.

Esta definição baseia-se essencialmente na quantificação da densidade mineral óssea avaliada por meios disgnósticos adequados (DEXA).

As fraturas osteoporóticas afetam mais frequentemente as mulheres pós-menopáusicas e os indivíduos idosos e representam um grave problema de saúde pública devido à sua elevada prevalência, às consequências médicas que acarretam, à diminuição da qualidade de vida e aos custos económicos e sociais que comportam.

As fraturas osteoporóticas resultam, em regra, de traumatismos de baixa energia, a maioria das vezes causados por uma queda no mesmo plano. No caso das fraturas vertebrais, não existe habitualmente um traumatismo evidente.

Já de acordo com o médico Ben-Hur Albergaria, professor de Epidemiologia Clínica da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e vice-presidente da Comissão Nacional de Osteoporose da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), em declarações à BBC, as principais fraturas decorrentes da doença são de vértebra, antebraço e fémur, sendo essa última a mais devastadora.

“De cada quatro pacientes que quebram o fêmur, um morre no primeiro ano após a ocorrência, por conta de suas possíveis complicações, como infecção, embolia e trombose. E dentre os que não morrem, cerca de 80% ficam com limitação para exercer uma ou duas funções básicas, por exemplo, cuidar da casa, vestir-se ou caminhar”, explica Albergaria.

Quais as causas da osteoporose? 

Apesar da osteoporose ser mais frequente nas mulheres depois da menopausa e nos homens e mulheres idosos (com mais de 65 anos), existem fatores de risco que aumentam a probabilidade de osteoporose.

Alguns desses fatores estão relacionados com estilos de vida pouco saudáveis e podem ser modificados, enquanto outros não poderão ser alterados.

Os fatores de risco não modificáveis são os seguintes:

– gênero feminino;

– idade superior a 65 anos,

– raça caucásica ou asiática,

– história familiar de fratura,

– pequena estatura,

– magreza excessiva.

Os fatores de risco modificáveis são:

– uma dieta pobre em cálcio,

– consumo excessivo de álcool,

– tabagismo,

– vida sedentária,

– algumas doenças (por exemplo hipertiroidismo),

– consumo de fármacos (por exemplo cortisona),

– imobilização prolongada,

– menopausa precoce.

Como se manifesta? 

De um modo geral, a osteoporose manifesta-se pela ocorrência de fraturas com pequenos traumatismos (especialmente das vértebras, anca e punho).

Os sintomas da osteoporose apenas surgem quando a doença está muito avançada, pelo que um diagnóstico precoce é essencial para que se possa impedir a sua progressão.

Alguns sinais de osteoporose podem manifestar-se pelo aparecimento de alterações no corpo, como a perda de altura superior a 2,5 cm, o aparecimento de corcunda ou de ombros descaídos para a frente, ficando a cintura mais larga e o abdómen mais proeminente. São também comuns as dores nas costas, súbitas, intensas e inexplicáveis.

Como se previne a osteoporose? 

Ainda segundo informações fornecidas pela CUF, a prevenção da osteoporose tem como objetivo a obtenção de bons níveis de massa óssea e deve ser feita através da identificação e correção precoce dos fatores de risco modificáveis, sobretudo aqueles que se relacionam com o estilo de vida (hábitos alimentares e atividade física).

Fatores importantes para a prevenção da osteoporose:

– A alimentação é essencial, devendo ser capaz de assegurar aporte alimentar adequado de cálcio e vitamina D, manter consumo protéico adequado às necessidades, evitando-se o consumo excessivo de cafeína e álcool.

– O tabaco deve igualmente ser evitado.

– A atividade física deve ser incentivada nas diversas fases da vida, sendo importante que inclua exercícios com impacto.

– Nas mulheres pós-menopáusicas e nos idosos, é muito importante garantir um aporte alimentar adequado de cálcio e vitamina D.

– Nos idosos com maior risco de queda, devem ser concebidos programas de exercício adaptados individualmente que incidam na marcha, no fortalecimento muscular, na postura e no equilíbrio.

(Noticias ao Minuto)


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