Paciente com a covid-19 de SAJ afirma que a secretaria não procurou saber com quantas pessoas ele esteve antes e diz: “os amigos que me monitora”

Foto: Reprodução

Na tarde desta quarta-feira (13), o segundo paciente confirmado com a covid-19 e Santo Antônio de Jesus, participou de uma entrevista no programa Meio-Dia e Meia, na live do Voz da Bahia, onde o mesmo comentou a trajetória da descoberta da doença até o dia atual.

“Jorge” (pseudônimo usado pelo Voz da Bahia para preservar seu nome, sua imagem e inviolabilidade domiciliar) que trabalha na área da saúde, informou primeiramente que os conhecimentos da sua profissão fizeram com que ele desconfiasse que estava infectado, “pelo sintomas e características dos traços que se apresentou em mim, eu cheguei à conclusão que poderia ser essa doença maldita”, disse ele.

Jorge ainda informou que dentre as manifestações características da doença, o mesmo só apresentou a falta de ar, “não tive febre, minha pressão arterial estava normal, mas tive à falta de ar, acredito que por ansiedade ou medo. No primeiro dia sentir uma falta de ar fraca, no segundo dia não senti nada, já no terceiro dia sentir média, passando dois dias senti uma falta de ar muito forte, foi então que procurei o hospital”, informou.

O paciente explica ainda que ao chegar ao HRSAJ (Hospital Regional), foi colocado em uma sala de observação, posteriormente foi feita a coleta do material para os exames necessários, “no princípio fiz o teste rápido que deu negativo, porém, o exame que foi feito logo após deu positivo”, revelou.

Com relação ao monitoramento, Jorge explana que a Secretaria de Saúde do município vem deixado a desejar, “por parte da saúde está muito a desejar; eu não vou dizer do prefeito, porque isso cabe ao secretário. Quem está me monitorando são os amigos e não a prefeitura, está havendo uma falta de atenção e olha que só tem eu aqui Santo Antônio de Jesus e não há essa atenção, imagine se fosse 10, 15 ou 20 casos? Ontem, o secretário me ligou para saber como eu estou, quer dizer, para saber se eu sentir alguma coisa para eu ligar para ele? Não ligo, irei ao hospital e não ligar para ninguém, isso para mim é um descaso. Eu estou aqui isolado, e meus amigos que me ajudam quando eu preciso comprar milho para minhas galinhas, porque eu cuido de galinha, cachorro, gato, então volto a dizer, meus amigos que vem me ajudar. Agora em termo da saúde no município, o que o veículo da secretaria mandou para mim foram duas esfirras e duas garrafinhas de suco, eu até fiz uma zoação, achando uma sacanagem tirar o carro da prefeitura para me trazer duas esfirras e dois vasos de suco“, comentou.

O paciente com a covid-19 ainda revela que está descobrindo nesse momento quem são seus verdadeiros amigos, “eu estou sozinho e prol da minha saúde e da saúde dos outros. Meus amigos me ligam cedo para saber se eu amanheci vivo, agora se você me perguntar quantas vezes o pessoal da secretaria de saúde me ligou, eu lhe digo que nenhuma. Então isso para mim é um descaso”, diz.

Ainda sobre o monitoramento feito pela Secretaria de Saúde, Jorge ao Voz da Bahia revela que ele não passou nenhuma informação sobre quantas pessoas teve contato dias antes de descobrir a doença. Segundo ele, não houve esse questionamento por parte secretaria de saúde da cidade, “eu estive com muita gente, porém não sabia que estava contaminado. Acredito que fui infectado no dia 20 de abril, véspera do feriado, e aí a manifestação veio entre dia 28 ou 29, quando tive minha primeira falta de ar”, diz.

O paciente infectado pelo Covid-19 ressalta ainda que há muitos casos de coronavírus que irão se manifestar, “eu não sou, nem o primeiro e nem o último, e tem mais, eu só tive a falta de ar e procurei o médico, muita gente tem uma febre e não vai procurar o hospital para fazer o teste rápido, estão esperando ter mais de um sintoma, mas às vezes tem só um sintoma e já está com a doença”, explicou.

Em uma entrevista a uma emissora (relembre aqui), o paciente cogitou a possibilidade de ter pego a doença através de mototáxi, já que o mesmo utilizava muito desse transporte, “eu não estou acusando e nem afirmando que eu peguei no mototáxi, é apenas uma hipótese, o que pode ter acontecido, entendeu?”, questionou.

Jorge esclarece que está em sua casa sozinho, com seus animais de criação, se cuidando, tomando suas medicações e sem nenhum sintoma aparentemente grave.

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Reportagem: Voz da Bahia

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