Polícia Federal investiga rede de tráfico de pessoas do Brasil para a Itália

Segundo as investigações, mulheres são levadas para Nápoles para prostituição.

Divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) investiga uma rede de tráfico internacional de pessoas que já levou ao menos dez mulheres do Brasil para Nápoles, no sul da Itália. Segundo as investigações, vítimas de São Paulo, Rio de Janeiro, Acre, Sergipe e Mato Grosso já foram identificadas.

O esquema é comandado por um suspeito brasileiro que mora na Itália, onde mantém uma casa de prostituição, e tem apoio da irmã, que mora em Cuiabá (MT), de acordo com a PF.

A investigação aponta que o apoio logístico e financeiro do aliciamento, bem como a “lavagem do dinheiro da cafetinagem”, é realizado na capital de Mato Grosso. A PF diz que a irmã também tem participação nos lucros do tráfico de pessoas.

A investigação aponta que as vítimas são atraídas por promessas de melhor qualidade de vida mediante prostituição no exterior. Contudo, para que possam chegar na Itália sem recursos, precisam aceitar e contrair antecipadamente uma dívida em torno de 10 mil euros (cerca de R$ 50 mil).

“Uma vez chegando no destino, as vítimas são mantidas em alojamento descrito como insalubre, sujo e inadequado para moradia, cuja diária deve ser igualmente paga”, aponta a PF.

Em depoimentos, vítimas afirmaram que sofriam ameaças, assim como seus familiares residentes no Brasil, em caso de fuga ou insurgência. Elas relataram ainda sofrer pressão para trabalhar, independentemente da situação de saúde, inclusive, com uma meta mínima a ser atingida por dia.

Com base nos depoimentos e investigação inicial, a PF deflagrou a primeira fase da Operação Magnaccia, nesta quarta-feira (12), e cumpriu mandado de busca e apreensão na casa da irmã de quem seria o “chefe do esquema”, em Cuiabá. Documentos, aparelhos eletrônicos e cadernos com anotações foram apreendidos.

Com as medidas adotadas nessa primeira fase, a PF espera identificar outros envolvidos no tráfico internacional de pessoas investigado, bem como outras vítimas.

(CNN)

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