O Hospital e Maternidade Luiz Argolo em Santo Antônio de Jesus poderá deixar de realizar o serviço de parto em gestantes  a partir do mês de janeiro de 2022. Foi o que informou a superintendente da Santa Casa Ludmila Reis em entrevista a recôncavo FM, na manhã desta sexta-feira (29).

Questionada sobre a decisão da Santa Casa de Misericórdia passar por este processo, Reis afirmou que o fato já é oficial, “o município foi oficializado, fizemos uma reunião com o Ministério Público, há mais de três anos, na ocasião os municípios mandaram pessoas específicas para fazer uma editoria na instituição e foi constatado por parte do governo estadual e municipal a respeito do ‘déficit’ que existe. Estive com o prefeito de Conceição do Almeida, Adailton Campos, popular Ito de Bega (PSD) que hoje é o presidente do RECONVALE (Consórcio Público Interfederativo de Saúde) e ele está programando uma reunião com todos os prefeitos da região para que a situação seja discutida”, disse.

Ludmila ressaltou que o valor de aproximadamente R$ 400 mil, não dá para gerir um serviço materno infantil de alta complexidade com 120 leitos. “No mês de fevereiro tivemos uma reunião com o secretário de saúde e um representante da SESAB (Secretaria de Saúde do Estado da Bahia) e ficamos de marcar outro momento, porém, até hoje não aconteceu. Na ocasião foi feito a proposta para o estado vir apresentar aos prefeitos das cidades vizinhas, a real situação da maternidade. O recurso que recebemos, não é suficiente para mantermos a Santa Casa. Santo Antônio contribui com R$ 120 mil, que também não é suficiente. Aguardamos essa reunião com o gestor municipal, que foi agendada há mais de dois meses e não tivemos retorno. Se continuarmos como estamos, vou ter que fechar o Hospital por inteiro. É preciso ser pago o que é gasto e a responsabilidade é do município”, esclareceu.

A entrevistada deixou claro que a Santa Casa não tem interesse de renovação do contrato a partir de 1 de janeiro de 2022 com o mesmo valor. “Como Santo Antônio de Jesus é gestão plena, ela é responsável por toda a região. Nosso compromisso é até o dia 30 de dezembro. Se não houver uma locação de recursos, não vamos mais poder fazer partos. Não podemos comprometer outros serviços da unidade de saúde como a UNACON (Unidade de Alta Complexidade em Oncologia), Lar dos Idosos (…), se a responsabilidade é do prefeito. É de conhecimento de todos que existe esse ‘déficit’ e já pontuamos há anos e ninguém toma providência”, expôs.

Reportagem: Voz da Bahia