Por que o álcool em gel ficou grudento desde o início da pandemia de Covid-19?

Foto: Divulgação

Você já usou um álcool em gel que deixou suas mãos pegajosas, como se fosse uma cola? O motivo é o carbopol — ou a falta dele.

Esta substância é usada para dar a característica de gel ao álcool líquido. No entanto, com a pandemia do novo coronavírus, o aumento inesperado na demanda causou escassez do produto em todo o mundo.

Para contornar esse problema, alguns fabricantes adotaram outros espessantes.

“Esses outros agentes podem não ser os mais adequados, e fazem com que fique essa sensação de que foi formado um filme sobre a pele”, explica o professor Felipe Rebello Lourenço, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo).

Algumas marcas atribuem o grude à adição de hidratantes, como o aloe vera. No entanto, o professor diz que, a não ser que seja utilizado em uma concentração inadequada, o que pega mesmo é o carbopol. “É ele que dá a propriedade gelificante”, diz Lourenço.

No entanto, a textura não prejudica a eficácia — a princípio.

“Se a formulação fica com aspecto muito pegajoso e, logo em seguida, você encosta em alguma coisa, a sujeira vai grudar na sua mão. No fim das contas, não ajuda em muita coisa. Não porque não é eficaz, mas porque a sujeira pode aderir novamente à mão e fazer com que você se recontamine”, alerta o professor.

Logo, a textura incomum não é indicativo de que o álcool em gel é caseiro ou clandestino.

“Isso não significa que ele é falsificado ou adulterado. Pode ser um produto fabricado dentro de todas as normas, atendendo todos os requisitos de segurança, mas por questão de formulação, ele fica com essa característica”, explicou. (CNN)

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