Presidente do sindicato dos comerciários de S. A. de Jesus faz críticas aos políticos do município que permitiram a abertura do comércio no Natal

Presidente dos Comerciários de Santo Antônio de Jesus critica a abertura do comércio de Santo Antônio de Jesus no Natal

O presidente do sindicato dos comerciários de Santo Antônio de Jesus, Júnior Fonseca, esteve no Voz da Bahia, no programa Meio-Dia e Meia e na entrevista fez críticas contra os proprietários de empresas que colocaram os seus colaboradores a trabalharem no dia do Natal.

O presidente do sindicato coloca que toda essa situação se inicia no começo de 2021, “eu ainda nem estava no sindicato, dava suporte e era diretor de base. Eu me recordo que, naquele momento, tivemos alguns encontros na Câmara de Vereadores, para tratar de uma lei municipal, que a nova gestão, de Genival Deolino (PSDB), estava querendo trazer de volta um texto de lei que havia sido aprovado no município em 2008. Tentamos mostrar que aquele mesmo texto de lei de 2008 teria outro impacto em 2021, isto porque mesmo sendo o mesmo texto de lei, havia acontecido uma reforma trabalhista em 2017 e essa nova reforma trouxe muitos impactos aos trabalhadores. O ponto fundamental de querer se aprovar essa lei em 2021 foi dizer que seriam gerados empregos, mas intermitentes e dizer que isso era necessário para o desenvolvimento econômico da cidade, e nos pontuamos sempre na Câmara de forma concisa e precisa de que isso não aconteceria”, expôs.

Fonseca aponta que está para debater e ir contra, mas que, no fundo, sabe que a lei já foi aprovada, “tentamos trazer inclusive para o lado emocional, pois, tínhamos duas mulheres na Câmara, Tia Adriana Fonseca (PR) e Dalva Mercês (PSD), e tentamos mostrar que as mais prejudicadas seriam as mulheres, mas isso não foi suficiente inclusive para mudar o voto de Dalva Mercês, que votou favorável. Enfim, mostramos em 2021 que isso teria impacto. Assumi em 2022 e nossa maior preocupação foi evitar os impactos desta lei aprovada. Tentamos pactuar, e conseguimos, firmamos uma convenção coletiva com o SINDISUPER (Sindicato dos Supermercados e Atacados de Auto Serviço do Estado da Bahia) um sindicato que representa os empresários do ramo de supermercados do Estado da Bahia. Nessa convenção existe uma cláusula que diz que fica proibido o funcionamento dia 1 de janeiro, 1 de maio, 24 de junho e 25 de dezembro”, explica.

Júnior revela o porquê de, mesmo com a convenção, a situação ter sido complicada, “o que acontece é que um grupo de empresários, se apoiando na lei municipal, ajuizaram uma ação pedindo a suspensão da cláusula e buscando a retirada da mesma da convenção coletiva dizendo que não seria vigente. Tentei conversar com o prefeito, através de suas assessorias e sempre houve um retorno negativo por parte da alteração da lei, portanto, tentamos recorrer às esferas judiciais, no dia 24 de junho, e, infelizmente, alguns estabelecimentos abriram, com fundamento na liminar que foi concedida para abertura, até que se julgasse a ação por definitivo, e dissemos para que isso fosse usado como prova. Será que os vereadores acham certo os trabalhadores de supermercado trabalharem em pleno dia de Natal? Em pleno dia de São João?”, fala.

Fonseca reclama que foi muitas vezes à Câmara de Vereadores buscar a alteração da lei, “alguns vereadores disseram que queriam mudar a lei, chegamos a marcar até uma reunião. O vereador Caíque Barbosa (PSDB) sinalizou que iria marcar uma reunião para debatermos e mudar a lei, reunião essa que, até hoje, não aconteceu. Falei inclusive que os trabalhadores reconhecerão se isso for somente uma jogada para cunho político. Estávamos às vésperas da eleição e criou-se o rumor de que iriam alterar a lei. Os trabalhadores não são idiotas nem bobos, conseguimos analisar quais são os objetivos de cada um e uma. Não houve mudança, retomamos, agora em dezembro, o encaminhamento para que se fosse alterada a lei, não foi alterada, falei com a assessoria e advogados do prefeito no dia 23 de dezembro e não obtivemos um retorno positivo, o prefeito disse preferir não entrar neste assunto. Solicitei então um decreto, para que não precisasse alterar nada no legislativo, proibindo o funcionamento do comércio e supermercado no dia 25 de dezembro e infelizmente, você, que trabalhou neste dia Santo, estaria em casa”, coloca.

O presidente ressalta ainda que reflexão que o mesmo fez no vídeo foi apenas de quem foram os responsáveis, “as pessoas precisam ter clareza. Quem foi responsável por você trabalhar dia de Natal? Foi o prefeito, Genival Deolino; o presidente da Câmara, Francisco Damasceno, o Chico de Dega (UB); e os vereadores Dr. Gilvandro Couto (PSDB); Carlos de Oliveira, o Cal de Dodô (MDB); Valdemar Farias, o Dema do Leite (PSD), Danilo Santos, o Danilo do Alto (PL), Cristiano Sena (PSD), Caíque e Dalva. Estes vereadores, com o prefeito, fizeram você trabalhar dia de Natal. É preciso que a população saiba por que eles trabalharam e eu não posso mais ficar evitando falar, nomes. Se vocês tiveram a coragem de deixar nossos trabalhadores trabalharem dia de São João e dia de Natal, vocês terão que ter a coragem de enfrentar o nome de vocês sendo levados sempre que houver um prejuízo para os nossos trabalhadores”, dispara.

Júnior afirma que a população precisa tirar suas conclusões, “seguiremos na luta e não vamos abaixar a cabeça para ninguém. Agradeço a maioria dos empresários, que não abriram seu comércio no Natal. Foi uma gigantesca maioria, que sabia que estava autorizado, por conta da lei municipal, e que, graças a Deus, não abriu neste dia Santo. Os seus trabalhadores, com certeza, começarão o ano muito mais agregados à empresa”, finaliza.

Reportagem: Voz da Bahia

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