Presidente do Tamo Juntas diz que numerar fantasias das Muquiranas não resolve todos os problemas

Nesta semana, o bloco ‘As Muquiranas’ anunciou que as fantasias seriam numeradas a partir do carnaval de 2024 para identificar foliões que importunem as mulheres

As fantasias do bloco ‘As Muquiranas’ serão numeradas a partir do carnaval de 2024 devido aos casos de agressões contra mulheres e imortunaão sexual. Em entrevista ao bahia.ba, a advogada Letícia Ferreira, presidente da ONG ‘Tamo Juntas’, comentou que a medida adotada pelo bloco advém das lutas constantes de mulheres mas que ainda não resolve o problema.

“O que a gente percebe sobre essa movimentação do bloco muquiranas em relação a facilitar a identificação dos agressores do bloco é que advém do movimento de mulheres, né? O nosso movimento em defesa da vida das mulheres, em defesa ao direito das mulheres curtirem o carnaval sem violência. As práticas reiteradas do bloco Muquiranas tem, de fato, exigido uma mudança de postura da direção do bloco”, disse.

No entanto, a presidente do Tamo juntas, que é uma Organização feminista composta por mulheres profissionais que atuam voluntariamente na assistência a mulheres em situação de violência, considerou as açõesdo bloco ainda “bem problematicas”, pois, segundo ela, ainda existe a dificuldade de dialogar abertamente com instituições envolvida, na escuta das vítimas e com a demonstração da verdadeira. responsabilização de agressores do bloco Muquiranas.

“Porque nós sabemos que essas agressões, infelizmente e lamentavelmente, não se deram somente no carnaval de 2023.As denúncias já têm sido feitas há muitos anos por mulheres agredidas, por movimento de mulheres da cidade que tem visibilizado essas situações” disse.

Ainda em entrevista ao bahia.ba, Letícia elencou ainda outros problemas que não são resolvidos apenas com a numeração das fantasias. “Então ainda que nós consideremos que essas novas medidas que os blocos anunciaram possam melhorar a identificação dos agressores, nós ainda temos diversas situações que também podem atravessar isso, como a venda terceirizada de abadás, a subnotificação dos casos de violência., que não necessariamente são aquelas pessoas que estejam respondendo”.

Para ela, o perfil blocoo por si só já estimula as occorrências contras as muheres. “A própria forma como o bloco se coloca, os temas que escolhe e sua caracterização, já representam e estimulam a violência mulheres, seja de forma simbólica, como materializada na avenida aí todos os dias”.

Entenda

Na segunda-feira (24), em encontro com o Ministério Público, o bloco ‘As Muquiranas’ anunciou que as fantasias serão numeradas a partir do carnaval de 2024. Ainda de acordo com a direção, os foliões que respondem a processos relacionados à Lei Maria da Penha não serão aceitos. A iniciativa partiu da agremiação, ao apresentar a medida para o MP-BA, que debateu ações de combate à violência contra mulher. (Bahia.ba)

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