Um levantamento divulgado nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que a produção industrial baiana teve a 2ª maior queda do país de julho para agosto deste ano em comparação ao mesmo período do ano passado.
Segundo dados do IBGE, em agosto, a produção industrial da Bahia apresentou variação positiva (0,3%) frente ao mês anterior, na comparação com ajuste sazonal. Foi o terceiro aumento consecutivo para o estado nesse comparativo, porém com desaceleração em relação aos meses anteriores (13% em junho e 6,6% em julho).
Ainda assim, de acordo com o instituto, o resultado da Bahia foi superior ao registrado no país como um todo, onde houve queda da produção industrial (-0,7%).
Impactos da pandemia
O IBGE informou que apesar do resultado positivo na passagem de julho para agosto, o setor fabril da Bahia segue com produção muito abaixo da verificada antes do início da pandemia da Covid-19, operando em patamar 23,7% abaixo de fevereiro de 2020.
O resultado também é negativo em relação a agosto de 2020, com queda de 13,8% na produção industrial baiana. O estado teve a oitava retração consecutiva nesse indicador e o segundo pior recuo do país, superior apenas ao índice da região nordeste como um todo (-17,2%), que sofre a influência do desempenho da Bahia.
O IBGE revelou que a Bahia segue com os piores índices do Brasil no acumulado no ano de 2021, frente ao mesmo período de 2020 (-14,8%), e nos 12 meses encerrados em agosto (-10,1%).
Em ambos os indicadores, os resultados estão abaixo dos apresentados pela indústria nacional (9,2% e 7,2%, respectivamente).
Fabricação de veículos e derivados do petróleo
O IBGE explicou que o recuo na produção industrial da Bahia na comparação com agosto de 2020 (-13,8%) se deu por causa da oitava queda seguida na indústria de transformação (-14,7%). Por outro lado, a indústria extrativa (4,4%) apresentou o seu sétimo resultado positivo consecutivo.
A queda geral no mês foi resultado de retrações em sete das 11 atividades da indústria de transformação investigadas separadamente no estado, com destaques para a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-96,1%) e de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-18,0%).
A fabricação de veículos apresentou sua terceira queda consecutiva e tem o pior desempenho acumulado em 2021, no estado (-94,0%). Já a fabricação de derivados do petróleo, atividade de maior peso na estrutura da indústria baiana, teve, em agosto, sua 9ª retração seguida.
Fabricação de celulose em alta
Entre as quatro atividades industriais com aumento de produção na Bahia, os principais destaques foram da fabricação de celulose, papel e produtos de papel (com alta de 38,2%) e da preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (52,0%).
A maior taxa de crescimento em agosto foi a da fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (160,7%), mas com peso menor na composição da indústria do estado. (G1)