O governador Rui Costa definiu um protocolo após se reunir com 100 prefeitos baianos. Dentre as ações, estão a proibição de circulação à noite e reforço do policiamento para garantir o cumprimento das determinações. Assim como em Salvador, a orientação é retomar a economia após controle na ocupação das Unidade de Terapia Intensivas (UTI’s).
Na última quinta-feira (9), o gestor havia adiantado que estava preparando um decreto para tratar do assunto em razão do aumento de contaminados atribuído aos festejos juninos. Nos últimos três dias, Rui Costa fez reuniões virtuais com os prefeitos dos 100 municípios que estão em situação mais crítica no estado para definir um protocolo que deve ser publicado no sábado (11).
A Bahia registrou, nas últimas 24h, 2.867 novos casos de Covid-19 e 55 mortes por causa da doença, segundo informações divulgadas no último boletim da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). O estado contabiliza 101.186 casos confirmados de Covid-19 e 2.383 mortes, desde o início da pandemia.
No documento, estão medidas como a proibição da circulação de pessoas à noite; funcionamento apenas do comércio essencial; reforço na fiscalização, com auxílio da Polícia Militar (PM), para evitar que infectados descumpram o isolamento social, além do aumento das testagens.
“É proibido ir na rua quem estiver testado positivo, é crime. A pessoa que sabe que está contaminada e vai pegar ônibus, na feira, é crime. Estou pedindo aos prefeitos, Ministério Público, Polícia Militar, Polícia Civil, empenho”, disse o governador.
Rui Costa acredita que as medidas são necessárias por causa do aumento dos casos depois do São João.
“Hoje nós estamos com a maior taxa de crescimento desde o início da pandemia e eu diria que há unanimidade entre os prefeitos de que o que provocou isso foram as festas juninas. A última quinzena de junho foi quando disparou, e é isso que nós estamos querendo conter”, disse o governador.
O governador defendeu a proibição de circulação noturna em cidades do interior com grande número de casos da Covid-19, conhecida como toque de recolher.
“Vamos restringir em várias cidades a circulação noturna, estamos reforçando policiamento. Essa aglomeração à noite não gera emprego, não leva a saúde. Acho que o jovem pode, durante uma semana, evitar esse contato para que a gente derrube essa taxa”, continuou Rui Costa.
Outra medida já defendida por Rui Costa e reforçada nesta sexta-feira foi o internamento precoce de pacientes com sintomas da Covid-19.
“Falei para que busquem antecipar a internação dos pacientes. Pacientes que o médico identifique perfil de complicar, vão antecipar internamento dele. Os pacientes têm chegado no hospital em estado muito avançado, e você não tem muito o que fazer. Queremos antecipar essa internação. Se tem paciente que deu positivo e tem outras comorbidades ou potencial de piorar, é melhor internar. Não adianta ter medo de internar, segurar em casa e só ir para a UPA ou hospital quando estiver grave”, avaliou.
Rui Costa também afirmou que, na próxima semana, vai abrir novos leitos de UTI em municípios baianos. Entre as novidades está a inauguração do Hospital Geral Clériston Andrade 2, em Feira de Santana, que dependia da instalação do sistema de ar condicionado.
“Estamos fechando taxa de ocupação de leitos com 79%. Abrimos leitos em Eunápolis, Ilhéus. Na semana que vem abriremos leitos em Vitória da Conquista, em Porto Seguro. Em Feira de Santana, com abertura do Clériston Andrade 2. Ajuste do ar condicionado está finalizando e semana que vem entregaremos. São 40 leitos de UTI para atender a região. Abriremos também novos leitos em Salvador. O município vai abrir 50 leitos e o estado, mais 20”, disse.
Segundo o governador, faltava um documento que uniformizasse o trabalho de controle ao coronavírus, mas que as medidas devem ser tomadas por região, e não apenas pelo município em situação mais crítica. Dentre as cidades alvos do decreto estão Guaratinga, Ibirataia, Irecê, Filadélfia e Ipiaú.
Já com relação ao comércio, Rui Costa afirmou que a recomendação é de que as lojas de produtos e serviços não essenciais só devem voltar a abrir quando a taxa de ocupação dos leitos de UTI esteja igual ou abaixo de 75%, por pelo menos cinco dias.
“Nós optamos por estabelecer um parâmetro de ocupações de leitos de UTI de cada região ou de cada micro-região. Hoje nós temos regiões do estado que estão com 100% a exemplo da região sul, extremo-sul e o sudoeste. Portanto, nós recomendamos que não haja uma abertura plena nessas regiões, por estarmos com o máximo de ocupação de UTI”, contou.
“É uma recomendação exceto se o município tiver sem leito nenhum e taxa muito alta. Nesses casos a gente precisa atuar”, acrescentou Rui.
Nesta sexta-feira (10), 55 novos leitos para pacientes com a Covid-19 foram inaugurados nas cidades de Eunápolis e Ilhéus. (G1/Ba)