Rachel Sheherazade diz que Bolsonaro ligava para SBT para reclamar de matérias

Emissora já estuda processar jornalista por conta de outra declaração, segundo site

Crédito: SBT

A jornalista Rachel Sheherazade revelou a colegas de confinamento em A Fazenda que o ex-presidente Jair Bolsonaro costumava ligar para o SBT pare reclamar de reportagens.

“O presidente da República liga para o jornal reclamando. Secretário de comunicação do governo passado ligava para emissora para dizer o que iria ou não ao ar. Mas a gente vive com a corda no pescoço, né?”, disse, em conversa com o ator André Gonçalves. Os citados na conversa são o antigo coordenador da Secom, Fabio Wajngarten ,e o genro de Silvio Santos, Fabio Faria, que era ministro das Comunicações de Bolsonaro.

No reality show, a comunicadora contou também que chegou a ser escoltada pela Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal após ter sido desligada da emissora de Silvio Santos.

A demissão aconteceu, segundo ela, a pedido do empresário Luciano Hang, da Havan. “Só tinha patrocínio dele. E ele pediu”, afirmou ela.

O SBT não comentou as declarações até o momento. Segundo o site NaTelinha, uma outra fala da jornalista no programa já irritou a cúpula da emissora, que estuda processar a ex-funcionária.

Na última quinta-feira (21), numa conversa com o ex-nadador olímpico Henrique Martins, ela afirmou que sofreu censura após um comentário polêmico contra judeus. A jornalista não citou o nome do “dono da emissora”, que disse ser judeu, como é o caso de Sílvio Santos.

“Se você se compromete a qualquer coisa, o contratante fala: ‘fala isso e defende isso’. E você vai lá e defende. Eu fiz um comentário sobre a questão israelense-palestina, o conflito árabe-israelense. E eu levei um ‘chama’ (advertida) porque o dono da emissora era judeu. E eu dei uma visão meio pró-Palestina. Não era pró-Palestina, mas, naquele momento, era uma situação em que os palestinos estavam sendo as vítimas do conflito e eu levei a minha opinião”.

Ela continuou: “Foi chamada a minha atenção porque o dono da emissora era judeu e eu não poderia dar aquela opinião, mas eu dei. Eu me coloquei na berlinda. Eu me colocava o tempo todo na berlinda. Quem é corajoso demais é o primeiro a perder o pescoço”.

(Correio)

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