Sim. Um motivo é que o plástico pode liberar substâncias que alteram o sabor original do refri, enquanto o vidro interage bem menos com o líquido. PET é a sigla para politereftalato de etileno, um material feito de polímeros – e são justamente eles que “contaminam” a bebida.
O outro motivo é que a garrafa de vidro fornece mais gás – e o gás acentua o aroma e sabor do refrigerante. O gás carbônico (CO2) entra no refrigerante misturado com a água (H2O) na forma de ácido carbônico (H2CO3). O ácido é instável: só sobrevive sob pressão. Quando você abre a tampa (seja da lata, da PET ou da KS), a pressão cai e o ácido se decompõe em gás e água instantaneamente, formando as bolhas.
O vidro, mais rígido, aguenta uma pressão mais alta no momento do envase, e por isso preserva mais ácido carbônico até o momento da abertura. As embalagens de plástico e alumínio poderiam deformar nessas condições.
A latinha é a melhor opção para quem quer uma bebida gelada, mas não quer deixar o refri na geladeira por muito tempo. O alumínio é um bom condutor térmico – ou seja, ele esfria mais rápido. Mas é bom beber rápido também: ela absorve o calor da sua mão com mais facilidade, o que esquenta a bebida logo. É aí que o sabor fica xoxo: o aumento da temperatura diminui a solubilidade do gás carbônico (fazendo com que ele escape mais rápido) e a bebida fica sem gás.
Já o refrigerante de máquina é uma roleta russa. Pode ser uma delícia, mas também pode estar com um gosto estranho. É que as máquinas combinam o xarope, gás carbônico e água na hora que você aperta o botão. Os dois primeiros vêm de fábrica, mas a água é filtrada no próprio estabelecimento. Por isso, os refrigerantes de máquina podem ter gostos diferentes de um restaurante para outro.
Por Maria Clara Rossini – Superinteressante