Mesmo com a antecipação do feriado de São João para maio, muitos moradores de Salvador pegaram a estrada com destino a cidades do interior da Bahia em meio à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Em Jequié, por exemplo, moradores relataram ao bahia.ba que, na noites dos dias 23 e 24 de junho, as praças e vias da cidade estavam lotadas de visitantes.
A quebra do isolamento social ocorre quando o número de mortos ainda é grande, o que preocupa o secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, que participa nesta quinta-feira (25) da inauguração da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Eldorado, em Pau Miúdo.
Segundo ele, enquanto o governo do estado controla uma região do interior, outra surge com uma crescente no número de infectados. “Você está apagando incêndio de um lado e aparece do outro. A luta ainda é dura”, disse.
Apesar de sinalizar aumento de casos durante o período junino, Vilas-Boas ponderou, contudo, que o risco pode diminuir em viagens pequenas. “Algumas cidades pequenas deverão apresentar elevação de número de casos. Agora, é importante lembrar que a contaminação não é apenas com contatos pontuais. É preciso um período prolongado de permanência com a pessoa para adquirir contágio. Se essas pessoas que foram para o interior retornarem logo, o risco é em menor”, explicou.
Acompanhando o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), e o governador da Bahia, Rui Costa (PT), na entrega da unidade de saúde para a comunidade conhecida como Brongo do IAPI, o secretário também comentou que a Bahia deve atingir seu platô ainda no final deste mês. O termo é usado para descrever o processo em ocorre o pico contínuo da doença que demora a cair.
“Existe um fundamento científico para se acreditar que, no final do mês de junho, que é quando todos os anos acontecem o pico das síndromes gripas no Brasil. A gente comece a ter algum tipo de platô, mas não um pico com uma queda na sequência, como acontecia antes”, informou.
O platô deve durar pelo menos um mês até que comece a cair. “Hoje nossas preocupações continuam com o extremo sul, com taxa de transmissão aumentadas, mas surgiram também cidades como Santo Antônio de Jesus. E na região do baixo sul, em Valença, que as taxas estão bem superiores à média do estado”, detalhou.