Representantes da uma missão de observação eleitoral da OEA (Organização dos Estados Americanos) afirmaram nesta segunda-feira (8) que visitas feitas em mais de 390 seções eleitorais descartaram problemas nas urnas eletrônicas e que o processo adotado no Brasil é “confiável”. A afirmação ocorre após a divulgação de um relatório preliminar da missão feito com base em visitas feitas em 12 Estados e Distrito Federal. Ao todo, 41 pessoas acompanharam o processo no país, além de outras seis que observaram as votações no exterior. Essa é a primeira vez que a missão acompanha as eleições no Brasil.”Escolhemos uma amostra aleatória, mas representativa das distintas regiões do país. E dessa amostra que selecionamos, não encontramos nenhum elemento que possa questionar o processo eleitoral”, afirmou a chefe da missão e ex-presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla. Segundo Chinchilla, visitas feitas pelo grupo nas 390 seções eleitorais de 130 locais de votação não encontraram irregularidades no processo.
“Nenhum dos problemas que vimos afetam a legitimidade dos resultados”, afirmou, referindo-se a dificuldades encontradas como a presença de filas em 55% das seções e a atrasos na identificação pelo sistema de biometria.
Neste domingo (7), apoiadores do candidato Jair Bolsonaro (PSL) voltaram a questionar o processo por meio da divulgação de vídeos que mostram problemas nas urnas. “Se tivéssemos confiança no voto eletrônico, já teríamos o nome do futuro presidente”, disse o candidato. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), porém, contestou a possibilidade de fraudes.
Para representantes da missão da OEA, é preciso analisar a veracidade do material e qual a possível intenção em divulgá-los.
“Há vídeos na internet, mas há vídeos em todos os processos eleitorais. Qual o impacto e a veracidade desses vídeos é um tema que precisamos analisar. E qual o propósito de tentar criar uma dúvida no processo eleitoral, que, na nossa opinião, é confiável”, afirma Geraldo de Icaza.
FAKE NEWS
O grupo também lamentou em relatório o uso de expressões com tom “discriminatório” e “excludente” por alguns candidatos durante a campanha e fez um apelo para que a disputa no segundo turno seja centrada mais em propostas do que em “ataques pessoais” ou em tentativas de “desqualificar ou estigmatizar opositores”.
A missão também classificou as fake news como um dos maiores desafios para as eleições, processo que ficou “mais evidente” no Brasil, informam.
Para Chinchilla, a “competitividade exarcebada” do processo eleitoral faz com que muitos recorram a notícias falsas. “É uma forma de desacreditar instituições e questionar resultados”, afirma.Ela elogiou projetos feitos para tentar combater esse problema, como o Comprova. “Vemos que o Brasil não está de braços cruzados”, disse. Com informações da Folhapress.