Sobre às denúncias do transporte público em S. A. de Jesus, Délcio aponta: “a uma cortina de fumaça para desviar às realidades dos fatos, relatadas pelo empresário”

“Hoje, o município está um caos com relação ao transporte público, nunca esteve tão ruim, é uma terra arrasada”, afirmou Délcio Mascarenhas

Foto: Voz da Bahia

O vereador Délcio Mascarenhas (PSB), de Santo Antônio de Jesus, esclareceu pontos, fez críticas e deu sugestões para gestão municipal, durante sua participação no programa Meio-Dia e Meia do Voz da Bahia, sobre as denúncias do transporte público municipal, realizadas pelo diretor da empresa, Romastur Transporte E Turismo Ltda., José Antônio Rodrigues dos Santos, que administra os coletivos da cidade na Tribuna (relembre aqui).

“TERRA ARRASADA”:

O edil inicia com certa vontade de expor à população que não tem nenhuma relação de contato com a atual empresa de transporte público e nem com o proprietário da mesma, “vi esse cidadão pela primeira vez no plenário da Câmara fazendo uma denúncia gravíssima contra a administração municipal de Santo Antônio de Jesus. Quem tem uma relação direta com ele é a prefeitura municipal, que trouxe essa empresa para a cidade, diga-se de passagem, penso que foi uma atitude infeliz da gestão, pois, a antiga, a Lorentur que atuava por anos em um contrato emergencial foi tirada de uma forma bastante dura, eles receberam a notícia às 7h da manhã sendo informado que naquele dia ele não rodaria mais no município. O processo correto não era tirar a empresa antiga, julgo que deveria fazer um contrato emergencial com a nova empresa. Hoje, o município está um caos com relação ao transporte público, que nunca esteve tão ruim, é uma terra arrasada. Se fosse o prefeito, quando acontecesse qualquer denúncia dessa natureza, reuniria meus secretários, a procuradoria jurídica. Não um advogado contratado! Buscaria uma resposta convincente a população. Quem fez a denúncia não foi a Câmara, foi a empresa que tem uma ligação direta com a gestão do município. É uma situação bastante delicada que, se fosse prefeito estaria preocupado com isso no momento. A nossa maior aflição é com aquela doméstica que trabalha lá no Centro da cidade, que vem do bairro Irmã Dulce para trabalhar 6h30 da manhã para fazer o café do patrão e quando o ônibus sai, no caminho falta gasolina e essa pessoa não chegue ao trabalho na hora certa; é um ajudante de pedreiro; é o funcionário do comércio que não tem seu transporte próprio. Essa situação é uma verdadeira terra arrasada, não é agora, o prefeito chegar e querer criar uma cortina de fumaça para desviar os fatos que estão aí, contra fatos não há argumentos, e depois colocar isso na conta da oposição”, dispara.

“CORTINA DE FUMAÇA”:

Ao decorrer de sua fala ao Voz da Bahia, Mascarenhas instiga os Procuradores Gerais do município e explica a necessidade de um trabalho incisivo dos mesmo em alguns pontos da gestão municipal, “para fazer um contrato emergencial, a prefeitura precisa proceder um processo administrativo interno para explicar a escolha da empresa, isso precisa ter inclusive o aval da procuradoria jurídica do município. Procuradores, tomem cuidado! O advogado, a responsabilidade é muito pouca ou quase nada, ele tem um contrato de acessória para o município, assina e não tem vínculo com o poder público municipal, quem tem é a Procuradoria, que tem a responsabilidade de cuidar do patrimônio, de zelar dos contratos públicos e da imagem da administração municipal. Os contratos importantes quem tem que se manifestar é a Procuradoria. O vereador Uberdan Cardoso (PT) está certo em pedir informações a prefeitura, pois, a emenda é específica para custeio do transporte público da gratuidade dos idosos, você não pode mudar o objeto disso aí. Esses recursos do governo federal tem uma prestação de contas muito detalhada. Às vezes temos uma sensação de terra arrasada, de quererem colocar uma cortina de fumaça para fugir dos fatos. O prefeito Genival tem uma grande dificuldade na gestão porque ele tem uma sombra, e quem tem uma sombra no governo não consegue administrar. A maioria da Câmara Municipal segue orientações de uma sombra da gestão municipal e isso é fato. Não tenho nada contra o prefeito, sou contra essa cortina de fumaça que colocam para não enfrentar os fatos relatados pelo empresário que assinou um contrato com a prefeitura, recebeu R$ 899 mil reais da prefeitura e teve que devolver dinheiro para desvio de finalidade. Essa prestação de contas tem que ser analisada não só pelos vereadores, mas pelo Ministério da Integração Nacional. Existe uma complexidade nisso tudo e sentimos muitas vezes que Santo Antônio de Jesus é uma terra arrasada no serviço de transporte público”, lamenta.

SOBRE O VICE-PREFEITO CARECA:

Délcio também discorre sobre a afirmação do vice-prefeito do município, Luiz Cláudio, popular Careca (PR) para às denúncias envolvendo o transporte público, “Careca foi bastante duro inclusive nas suas colocações, ele disse que doa a quem doer, que quem estiver roubando na gestão municipal, que ele acredita que não tenha, mais que deve ser punido (reveja aqui). Penso que Careca foi muito contundente e, nas entrelinhas, ele deixou transparecer que não está concordando com o que está acontecendo dentro da administração municipal. Vocês, vereadores, que não podem falar da gestão municipal, que estão calados, que não podem falar, vamos acordar, fomos eleitos para defender o interesse de Santo Antônio de Jesus e temos o direito e dever moral de se manifestar. Porque nas outras gestões não tiveram esse problema do passe? Nas outras gestões quem atuou foi a antiga empresa, a Lorentur que é fruto dessa terra. Agora, estamos com carros sucateados, que quebram nas vias públicas e diversos problemas até de falta de gasolina. É como querer cobrir umas calças rasgadas por uma furada”, finaliza.

Reportagem: Voz da Bahia

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