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A Organização Mundial da Saúde (OMS) já coloca o suicídio como segunda principal causa de morte de pessoas entre 15 e 29 anos. No Brasil, de 2000 a 2015, os casos aumentaram 65% entre pessoas com idade de 10 a 14 anos e 45% na faixa de 15 a 19 anos – mais do que o aumento na média da população, que foi de 40%. Segundo a mais recente edição do Mapa da Violência (documento realizado com base em dados do Ministério da Saúde), de 2002 para cá, a taxa de suicídio de jovens tem sido consistentemente maior do que a do restante da população, tendo crescido de forma contínua no período pesquisado. No Brasil, é a quarta causa na mesma faixa etária de acordo com o Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM) desenvolvido pelo Ministério da Saúde. Em 2016, foram registrados 845 suicídios de adolescentes. Na década de 1980, estudo nos Estados Unidos afirmou que essas mortes poderiam ocorrer por imitação. E esse trabalho reforçou a ideia de que “não podemos falar sobre o assunto”. Mais de 30 anos depois, a Organização Mundial da Saúde vai na direção contrária, dizendo que, sim, precisamos conversar sobre o suicídio. Diante de dados tão alarmantes, a pergunta que fica é: Como evitar que o jovem cometa o suicídio? A psicóloga Ludmila Carvalho, especialista em terapia para jovens, afirma que a família e as relações sociais dos adolescentes influenciam nessa escolha. “Uma questão que influencia bastante é a família, seja por uma desestrutura emocional, financeira, desarmonia, falta de atenção, seja pela falta de tempo ou pelo excesso do distanciamento. Não apenas sobre a quantidade, mas a qualidade desse tempo. Do outro lado temos as relações sociais do jovem onde o bullying tem um papel destrutivo grande, que interliga ao papel da escola que precisa ter atitude enérgica de coibir para que ocorra uma redução dos danos dessas atitudes”, frisou. Outro fator que pode favorecer na escolha pelo suicídio é a internet. “A internet tem seu papel de importância nisso pelas comparações com os demais, pelo acesso a informações, pelas ameaças e exposições que ocorrem”, explicou Ludmila. Além disso, para o jovem é difícil conviver com os próprios conflitos, cobranças, descobertas, medos, expectativas, mudanças, perdas e frustrações desta intensa fase. Em geral, o jovem manda sinais de que algo não está bem. É importante prestar atenção no comportamento. “Na terapia nós orientamos que é necessário conversar sobre o assunto, orientamos que o indivíduo procure a família, alguém em quem confie e se abra. Um parente, um professor, alguém da escola. E para aqueles que são procurados, o conselho é: leve a sério esse pedido de socorro pois não é drama, não é vontade de chamar a atenção, não é mimimi é um pedido de socorro. É um assunto muito sério”, concluiu Ludmila Carvalho. (Trbn)