Terminal Aeroporto: Polícia e CCR não têm dados sobre paradeiro de homem linchado

Imagens com baixa resolução. Estes são os únicos registros divulgados de uma ocorrência que aconteceu no último sábado (28) em um dos mais movimentados terminais de ônibus da Região Metropolitana de Salvador, a Estação Aeroporto.


Nelas, um homem magro e sem camisa que teria cometido assaltos na região do terminal é alvo de socos e pontapés, desferidos por passageiros que estavam no local. A equipe de segurança, que acompanha visualmente a situação, também aparece, e intervém quando o suposto assaltante consegue escapar do círculo.



Os agentes pegam-no pelo braço, levam para outra direção. Ele cai. O vídeo encerra e a câmera não capta as cenas seguintes. Nem os órgãos oficiais captaram, apesar da CCR Metrô Bahia, empresa responsável pela administração do sistema de transporte, afirmar que encaminhou o rapaz à Polícia Militar da Bahia (PM-BA).



Em uma nota que tentou explicar o ocorrido, a concessionária disse que “não tolera violência e quaisquer atitudes agressivas com seus clientes e sociedade”, para tanto, os funcionários agiram para preservar a integridade física da vítima, que depois foi encaminhado para a polícia.



A PM-BA nega que tenha sido sequer tenha sido acionada. A corporação que a concessionária diz ter entregue o acusado sugeriu à reportagem a conferência de possíveis registros. “Orientamos que entre em contato com a Polícia Civil a fim de verificar se alguém foi apresentado lá e se houve registro de boletim de ocorrência”, indica um comunicado enviado pelo departamento de comunicação.



Posição parecida, no entanto, foi dada pela Civil, que ao ser informada pela reportagem de que não tinha o nome da vítima, disse não ser possível encontrar o assunto no seu sistema. “Não foi possível localizar registro desse fato”, diz uma resposta da força policial, adicionando que não poderia se posicionar sobre algo que não está registrado.



Após a devolutiva da polícia, o Bahia Notícias procurou novamente a CCR Metrô Bahia. Que, na manhã desta terça-feira (31), optou por não comentar sobre a réplica da polícia.



A Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) da Bahia, órgão que acompanha situações de desrrespeito aos direitos humanos cometidas no estado, foi procurada, mas não deu nenhuma devolutiva até o fechamento desta matéria.

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