Ucraniana e filha de 5 anos autista desembarcam na Bahia após fugir da guerra; menina é brasileira e nasceu em Itabuna

Ucraniana e filha de 5 anos autista desembarcam na Bahia após fugir da guerra — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz

A ucraniana Marina Sauchuk e a filha dela, Sofie Charlot, de 5 anos, que nasceu em Itabuna, no sul da Bahia, desembarcaram no Aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus, que fica na mesma região do estado, nesta sexta-feira (11). As duas fugiram da Ucrânia por causa da guerra contra Rússia.

Aflito e enrolado com a bandeira da Ucrânia no corpo, o cirurgião-dentista Everthon Souza foi recepcionar a filha e a ex-esposa no aeroporto.

“Eu não tenho palavras para descrever. Eu não desejo essa sensação para ninguém. Quando vi [a filha e a ex-esposa] foi uma sensação de alívio, falei: ‘Obrigado, Deus, que deu tudo certo'”, disse.

Marina e a pequena Sofie chegaram ao local por volta das 10h30. Cansadas, elas trouxeram uma mala do país invadido pelos russos, e muitas memórias tristes.

A casa delas, em Kiev, capital da ucrânia, fica a apenas 2 km da região de bombardeio. Mãe e filha saíram de lá na última segunda-feira (7) com a ajuda do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty).

Passaram pela Polônia, Portugal e em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), chegaram na quinta-feira (10) ao Brasil.

“Eu me sinto protegida, mais calma por dentro. Eu me sinto melhor, ela [Sofie] também”, contou a ucraniana, sobre a sensação de pisar em solo brasileiro.

Em Kiev, capital da Ucrânia, Marina e a filha dormiram uma semana em um bunker, um abrigo subterrâneo, usado em situações de guerra, para proteger a população dos bombardeios.

“Eles matam crianças, mulheres, idosos, qualquer pessoa. Não tem diferença”, disse Marina Sauchuk.
Sofie é autista e com menos de 1 ano após o nascimento dela, viajou com a mãe para a Ucrânia. Agora no Brasil, Marina e Everthon esperam que ela cresça em segurança.

A ucraniana sonha com o fim do conflito que já matou muitos inocentes. “Parem com a guerra, salvem nossas crianças”, pediu. (G1)

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