O Vaticano afirmou que as declarações do Papa Francisco sobre a união civil de homossexuais, em uma parte do documentário Francesco, lançado em outubro, foram tirados do contexto, e não sinalizam mudança na doutrina da Igreja sobre homossexuais ou apoio ao casamento gay.

Na semana passada, a Secretaria de Estado do Vaticano enviou uma “nota explicativa” aos seus embaixadores, que a encaminharam aos bispos. De acordo com informações da CNN Brasil, a nota foi relatada pela primeira vez pelo biógrafo papal Austen Ivereigh. O documento indica que as citações do papa foram dadas a perguntas diferentes, mas foram unidas para parecer como uma só.

O Papa, há algumas semanas, virou notícia com o documentário, no qual estreou no festival de cinema de Roma em 21 de outubro, ao afirmar que homossexuais têm o direito de pertencer a uma família. Além disso, o líder religioso defendeu que as leis de união civil para homossexuais são necessárias.

A nota do Vaticano dizia que na primeira citação o papa se referia ao direito dos homossexuais serem aceitos por suas próprias famílias como filhos e irmãos. O Vaticano argumentou ainda que o documentário do diretor russo Evgeny Afineevsky corta comentários em que o Papa Francisco se expressa contrário ao casamento homossexual, e se refere às leis da união civil que alguns países promulgaram para regulamentar benefícios, como saúde.

“É claro que o Papa Francisco estava se referindo a certas disposições do Estado e certamente não à doutrina da Igreja, que ele reafirmou inúmeras vezes ao longo dos anos”, disse o Vaticano na nota.

Na ‘película’, o papa diz: “As pessoas homossexuais devem ter o direito a uma família”, e “o que temos que criar é uma lei de união civil. Assim eles ficam com cobertura legal”. (ATarde)